
Era pra ser mais um dia devastador no cerrado goiano — aqueles incêndios que parecem não ter piedade de nada pelo caminho. Mas no meio do caos, uma surpresa. Minúscula, ferida, mas viva. Um filhote de jaguatirica, mal sabendo o que era o mundo, já enfrentava o fogo.
Os bombeiros, que há dias combatiam as chamas na região de São Miguel do Araguaia, toparam com a cena que ninguém espera: o pequeno felino, com queimaduras pelo corpo, escondido sob uma vegetação carbonizada. Parece que a mãe fugiu — instinto de sobrevivência, né? — e ele ficou pra trás.
O resgate que emocionou a equipe
Não foi fácil. O animalzinho, assustado e machucado, tentou se esconder ainda mais quando avistou os humanos. Mas os bombeiros, com aquele jeito calmo que só quem lida com emergência tem, conseguiram aproximar-se. Usaram luvas, claro — afinal, mesmo filhote, é um bicho selvagem. E o levaram pra viatura como se carregassem um tesouro. Porque era.
— A gente não esperava encontrar sobreviventes naquele cenário — contou um dos soldados, ainda emocionado. — Ver ele ali, tão frágil mas respirando… foi como um sinal.
Os cuidados imediatos
As queimadas eram sérias. O filhote foi levado ás pressas para um posto local, onde recebeu os primeiros socorros. Hidratação, limpeza dos ferimentos, analgésicos… tudo feito com a urgência que um paciente em estado grave exige. Sim, paciente — porque pra essa turma, animal resgatado é vida que importa, ponto.
De lá, seguiu para um centro especializado em fauna silvestre. Agora, sob os cuidados de veterinários, ele enfrenta a recuperação. E olha, não vai ser fácil — queimaduras doem, assustam e exigem tempo. Mas ele está comendo, o que é um ótimo sinal. E já até esboça alguns miados, fraquinhos, mas cheios de vontade.
E agora, o que esperar?
A expectativa é que, uma vez recuperado, o filhote seja reinserido na natureza. Mas calma — só quando estiver 100%, e num local seguro, longe de ameaças. Até lá, ele vai aprender a caçar, a sobreviver… tudo com ajuda humana, mas sem se acostumar com a gente. Porque o destino dele é ser livre, não um bicho de estimação.
Enquanto isso, os bombeiros seguem no combate ao fogo. E com um ânimo a mais, dizem. Afinal, salvar uma vida — ainda mais uma tão simbólica quanto a de uma jaguatirica — dá gás pra continuar. É como se a natureza dissesse: “ei, ainda há esperança”.
E a gente torce. Torce muito.