Imagine acordar todo dia com um jacaré tomando sol na varanda? Pois é exatamente assim que vive o brasileiro Rafael Mendes, ex-artista de circo que trocou as lona pelas paisagens urbanas de Berlim — com um detalhe que deixaria qualquer um de queixo caído.
Há cinco anos, o que era pra ser um resgate temporário virou uma relação de família. "No começo, pensei em devolvê-lo à natureza", confessa Rafael, enquanto observa o réptil de 1,5 metro — batizado carinhosamente de "Chico" — se espremer no sofá da sala. "Mas aí ele roubou meu coração feito um bandido de filme mudo."
Da selva para a sala de estar
O inusitado companheiro veio parar nas mãos de Rafael através de um colega do circo que não podia mais cuidar do animal. "Na época, ele cabia numa caixa de sapatos", ri o brasileiro. Hoje, Chico tem dieta especial (peixes e frangos, três vezes por semana), passeios no jardim — e até uma piscina infantil adaptada no apartamento.
As autoridades alemãs, pasmem, aprovaram a situação. "Tive que provar que tinha condições de mantê-lo", explica Rafael, mostrando a licença especial pendurada na geladeira. "Mas confesso que ainda arranco olhares perplexos no supermercado quando compro 5kg de peixe congelado."
O dia a dia com um jacaré doméstico
- Manhãs começam com banhos de sol controlados na varanda envidraçada
- Sessões de "brincadeiras" com uma corda resistente ("Ele adora puxar guerra", garante Rafael)
- No inverno, aquecedores especiais mantêm Chico confortável
- Visitas regulares ao veterinário especializado em répteis
Nem tudo são flores, claro. "Já perdi três travesseiros e um par de chinelos", admite o ex-artista. "Mas é como ter um cachorro... só que com dentes mais afiados e zero interesse em buscar gravetos."
Psicólogos animais ouvidos pela reportagem afirmam que, apesar do ineditismo, a relação parece saudável. "Jacarés não demonstram afeto como mamíferos, mas reconhecem cuidadores", explica a Dra. Simone Weber. "Ainda assim, não recomendamos que tentem isso em casa."
Enquanto isso, Rafael planeja o futuro: "Chico pode viver 50 anos. Já estou vendo apartamentos maiores perto do lago...". Uma história que prova que família vem em todos os formatos — até nos mais escamosos.
