
Eis que numa tarde comum no interior paraense, uma cena no mínimo curiosa chamou a atenção em São Geraldo do Araguaia. Não era algo que se vê todo dia — uma coruja, daquelas que parecem sair de contos fantásticos, estava metida numa enrascada das bravas. A ave, que normalmente cortaria os céus com seu voo silencioso, encontrava-se impossibilitada de levantar voo, presa em situação complicada.
Quem diria, não é mesmo? Num mundo onde as notícias costumam ser tão duras, eis que a natureza nos presenteia com essas pequenas histórias que restauram um pouco a fé na humanidade. Os brigadistas voluntários, aqueles heróis anônimos que nem sempre recebem o reconhecimento merecido, foram acionados para o resgate — e que resgate!
O mais intrigante — e até poeticamente irônico — era o local onde a penuda se abrigara. Não foi em um galho alto, não foi no oco de uma árvore... mas sim dentro de uma caixa de ventilação! Sim, você leu direito. A escolha da ave, digamos, foi no mínimo peculiar. Quem sabe buscando um refúgio contra o calor intenso da região ou simplesmente seguindo seu instinto, acabou encontrando mais problemas do que conforto.
Os bombeiros, com aquela paciência que só quem lida com situações delicadas possui, realizaram a operação com precisão quase cirúrgica. Imagino a cena: homens uniformizados, concentrados numa tarefa que muitos considerariem insignificante, mas que para eles representava mais uma missão cumprida em defesa da vida — seja ela humana ou não.
E não é que a coruja, após o susto inicial, colaborou com o resgate? Parece que entendeu que estavam tentando ajudá-la. Esses animais têm uma inteligência que muitas vezes subestimamos, não é mesmo?
Após ser retirada do local apertado — que convenhamos, não era exatamente um penthouse para aves — a coruja passou por uma avaliação básica. Milagrosamente, estava apenas cansada e desidratada, sem ferimentos aparentes. Ufa! Que alívio saber que histórias como essas podem ter finais felizes.
O que me faz pensar: quantos desses resgates silenciosos acontecem diariamente pelo Brasil afora, longe das câmeras e holofotes? Esses profissionais merecem mais reconhecimento, não acham?
A ave foi devolvida à natureza, para alegria de quem acredita que every creature deserves a fighting chance. Voou rumo à liberdade, levando consigo mais uma história para contar — se é que corujas contam histórias para suas companheiras, é claro.