
Era um dia comum na movimentada MG-122, em Minas Gerais, até que um detalhe inusitado chamou a atenção dos agentes ambientais durante uma rotina de fiscalização. Dentro de um carro que seguia de Mato Grosso do Sul para Pernambuco, algo se mexia — e não era bagagem.
Duas araras-canindé (Ara ararauna), essas aves majestosas de penas azuis e douradas que parecem saídas de um quadro tropical, estavam escondidas como contrabando. Imagina só: voando livremente na natureza um dia, trancafiadas num espaço claustrofóbico no outro. O que seria delas se não fossem os olhos atentos da equipe?
Operação de resgate
Os agentes, que já tinham visto de tudo nessa vida, não esconderam a surpresa. "Parecia cena de filme", comentou um deles, enquanto abria cuidadosamente a porta do veículo. As araras, assustadas mas aparentemente saudáveis, foram retiradas com técnicas especiais para não estressá-las ainda mais.
- Local exato: trecho da MG-122 próximo a divisa com Goiás
- Horário: por volta das 14h30 de sexta-feira (01/08)
- Estado das aves: desidratadas, mas sem ferimentos aparentes
E o motorista?
Aqui a coisa fica interessante — o condutor, um homem de 38 anos que preferiu não se identificar (surpresa, né?), alegou que "ganhou as aves de presente". Só faltou dizer que foi o Papai Noel quem entregou. As autoridades não compraram a história, claro.
O caso foi registrado como tráfico de animais silvestres, crime ambiental gravíssimo que pode render até um ano de detenção, além de multa que varia de R$ 500 a R$ 5.000 por animal. E olha que essas araras valem muito mais no mercado negro, mas pra que colocar preço em liberdade?
Destino das estrelas aladas
As araras-canindé, verdadeiras celebridades da fauna brasileira, foram encaminhadas para um centro especializado em Belo Horizonte. Lá passarão por:
- Avaliação veterinária completa
- Período de readaptação
- Processo de reabilitação para voltar à natureza
"Elas têm instinto selvagem muito forte", explicou uma bióloga do centro. "Com sorte, em alguns meses estarão de volta ao céu, onde pertencem."
Enquanto isso, a MG-122 segue seu fluxo normal de veículos — mas agora com uma história pra contar. Quem diria que num simples controle de rotina se desvendaria um crime contra nossa biodiversidade? Fica o alerta: o tráfico de animais silvestres é mais comum do que parece, e só com denúncias e fiscalização podemos proteger essas joias aladas do Brasil.