
Não foi um dia qualquer no subúrbio de Salvador. Por volta das 15h desta sexta-feira (16), o que começou como uma discussão entre membros de facções rivais rapidamente escalou para um verdadeiro campo de batalha — e os moradores, é claro, pagaram o pato.
Segundo relatos de testemunhas (que preferiram não se identificar, e quem pode culpá-las?), os disparos pareciam "fogos de artifício", só que do tipo que ninguém quer ouvir. "Parecia filme de ação, mas sem pipoca e com muito mais medo", contou um senhor de 62 anos, que se escondeu debaixo da cama com a neta.
O cenário
Ruas desertas. Portas fechadas às pressas. Carros abandonados no meio da via como se fossem fantasmas de metal. A cena — digna de um apocalipse zumbi, mas com bandidos no lugar dos mortos-vivos — durou cerca de 40 minutos, segundo a Polícia Militar.
E olha que interessante: enquanto isso rolava, os aplicativos de trânsito mostravam o local como "congestionado". Ironia ou falta de atualização? Difícil dizer.
Os números
- 4 pessoas feridas — duas delas baleadas, segundo o SAMU
- Mais de 50 tiros registrados (ou pelo menos os que foram ouvidos)
- 5 casas atingidas por balas perdidas — uma delas com criança dentro
- 0 prisões até o momento (surpresa, surpresa)
Ah, e detalhe: segundo os vizinhos, esse não é o primeiro rodeio desses grupos na região. "É toda semana a mesma novela, só mudam os capítulos", desabafou uma moradora enquanto recolhia cacos de vidro da própria sala.
E a polícia?
Chegaram depois da festa, como de costume. Quando a PM apareceu — com um atraso que daria até pra tomar um café —, os envolvidos já tinham evaporado. "Fazemos patrulhamento intensivo na área", disse um porta-voz, numa frase que já virou clichê em noticiários do gênero.
E enquanto isso, os moradores seguem com aquele sentimento gostoso de abandono estatal — sabe, aquela mistura de raiva com resignação que só quem vive em áreas violentas conhece.
PS: Se você acha que exagerei nas metáforas, experimente passar por um tiroteio e depois me conta como descreveria.