Era uma noite como qualquer outra no Varjão — até que o grito de "pega ladrão!" cortou o ar como uma faca. O que se seguiu foi uma cena digna de filme de terror, mas infelizmente real: dois homens, acusados de roubo, espancados até a morte por uma multidão enfurecida. Agora, a Polícia Civil do DF prendeu suspeitos de organizar o linchamento. E o motivo? Uma vingança que deixou até os investigadores de cabelo em pé.
O caso que virou pesadelo
Detalhes do inquérito — que ainda corre em sigilo — revelam um enredo macabro. Os dois presos (cujos nomes não foram divulgados) teriam armado a cilada como retaliação por um suposto assalto semanas antes. "Não foi impulso, foi cálculo frio", confessou um dos envolvidos, segundo fontes da delegacia.
Moradores relatam cenas de horror:
- Corpos arrastados por ruas escuras
- Paus, pedras e até ferro de passar roupa usados como armas
- Gritos de "justiça com as próprias mãos" ecoando na comunidade
O outro lado da moeda
Eis que a história tem reviravoltas: um dos linchados já tinha passagem pela polícia, mas o outro — pasme — era trabalhador sem ficha criminal. "Foi caso de identidade errada", admite um policial sob condição de anonimato. A família da vítima inocente agora exige respostas.
Enquanto isso, no Varjão, o clima é de tensão. Alguns defendem a ação da multidão ("bandido bom é bandido morto"), outros temem represálias. "Aqui virou faroeste", desabafa Dona Maria, comerciante há 20 anos na região.
O que diz a lei?
Juristas ouvidos pelo caso são categóricos: linchamento é homicídio qualificado, mesmo que a vítima tenha cometido crimes. "A barbárie não se justifica", crava o promotor responsável. Os presos respondem por formação de quadrilha e homicídio duplamente qualificado — pena que pode chegar a 30 anos.
E você, leitor? Até onde vai a "justiça popular" num país onde a segurança pública falha? O debate está aberto — mas o sangue, esse já secou no asfalto do Varjão.
