Imagine a cena: você está no carro com crianças, parado no semáforo, quando de repente sua vida vira um filme de ação dos pesados. Foi exatamente isso que aconteceu com um motorista em Ribeirão Preto nesta segunda-feira - e olha que o final não foi nada Hollywoodiano.
O negócio foi tão rápido que deve ter dado um nó na cabeça do cidadão. Um assaltante se aproximou do carro, armado até os dentes, claro. E o que faz um pai desesperado com crianças a bordo? Tentou passar por cima do meliante, literalmente! Jogou o carro pra cima do bandido na esperança - meio maluca, diga-se de passagem - de conseguir escapar ileso.
O plano que deu errado feio
Pois é, a estratégia do "atropela e vaza" não colou. O assaltante, mais ligeiro que rato em queijo, desviou e a situação só piorou. O que era para ser uma fuga heroica virou uma rendição obrigatória. O motorista, agora com as crianças em pânico no banco de trás, não teve outra saída senão baixar a cabeça e entregar os pertences.
O que me deixa pensando: o que se passa na cabeça de alguém nessa hora? O instinto de proteger os filhos fala mais alto, mesmo quando a razão diz que é melhor cooperar. É cada um por si e Deus contra todos nesses assaltos, parece.
O vídeo que não mente
As câmeras de segurança registraram tudo, é claro. Nessa cidade que parece cada dia mais um faroeste, tudo fica gravado. Dá para ver claramente o momento de tensão, a tentativa desesperada de fuga, e depois a resignação amarga do cidadão.
E as crianças, coitadas? Imagina o trauma de ver o pai nessa situação, o medo, a confusão. Isso é que é aula de educação urbana na marra - e das piores.
A Polícia Militar apareceu no local depois do ocorrido, mas como diz o ditado, depois da casa arrombada, trancas na porta. Os bandidos já tinham sumido no mundo, deixando para trás só o susto e a sensação de impotência.
Ribeirão Preto, que já foi tão tranquila, hoje vive esses episódios com uma frequência que assusta. E a gente fica se perguntando: até quando? Até onde? O que mais precisa acontecer para que a segurança melhore de verdade?
Enquanto isso, a lição que fica - se é que podemos chamar de lição - é que às vezes a coragem pode piorar tudo. Mas quem pode julgar alguém agindo no calor do momento, com os filhos em perigo? Difícil, muito difícil mesmo.
