Era pra ser só mais um prédio vazio, desses que a gente passa todo dia sem nem olhar. Mas no Cabula, em Salvador, um imóvel abandonado virou cenário de pesadelo — e não é exagero. Virou ponto de encontro pra quem não deveria se encontrar.
Os vizinhos já sabiam. Há meses cochichavam sobre movimentação estranha, vozes altas no meio da madrugada, cheiros que não combinavam com lugar abandonado. "Parece que tá todo mundo com medo, mas ninguém faz nada", confessou uma moradora que preferiu não se identificar — e quem pode culpá-la?
O que era esquecido virou problema
O tal prédio, que deveria ser só mais uma construção em ruínas, transformou-se num verdadeiro quartel-general da bandidagem. Segundo relatos, lá dentro rola de tudo: desde armazenamento de drogas até reuniões de facções. E o pior? Tudo às claras, como se fosse normal.
"É como se tivessem erguido uma placa escrito 'Bem-vindos, criminosos'", ironizou um comerciante da região, visivelmente cansado da situação. Ele contou que já perdeu as contas de quantas vezes chamou a polícia — e de quantas vezes nada mudou.
Autoridades prometem ação
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia garante que está ciente do caso e prepara uma operação para "resolver o problema de vez". Mas entre promessa e ação, os moradores seguram a respiração. Literalmente — muitos evitam até passar na rua do imóvel.
Enquanto isso, o local continua sendo:
- Ponto de venda de drogas (segundo denúncias)
- Esconderijo para assaltantes
- Depósito de materiais roubados
- Foco de pichações que demarcam território
Não é de hoje que imóveis abandonados viram dor de cabeça em Salvador. Mas esse caso parece ter atingido um nível novo de absurdo — ou seria descaso? Difícil dizer.
Uma coisa é certa: enquanto o poder público não agir de verdade, os criminosos vão continuar fazendo festa. E os moradores? Esses seguram o rojão, como sempre.
