
A tarde desta segunda-feira em Bauru não foi como qualquer outra. O que começou como mais um dia comum no Jardim Redentor rapidamente se transformou num daqueles episódios que deixam a cidade em estado de choque. Por volta das 14h, perto do movimentado cruzamento das avenidas Nações Unidas e Rodrigues Alves, o inesperado aconteceu.
Um homem de 74 anos — aposentado, provavelmente indo resolver suas coisas — virou alvo. De repente, um sujeito de 32 anos se aproximou, naquela atitude suspeita que todo mundo reconhece, e tentou arrancar seu celular. Só que o idoso não era tão frágil quanto parecia.
Reação Inesperada
E aqui a coisa toma um rumo que ninguém — absolutamente ninguém — poderia prever. Em vez de entregar o aparelho, o idoso reagiu. E reagiu com uma força que surpreendeu até as testemunhas. Pegou uma faca — dessas que a gente nem imagina que alguém carrega — e partiu para o confronto.
O assaltante levou não uma, mas várias facadas. O socorro veio rápido, mas já era tarde demais. Quando a equipe do SIATE chegou, encontraram o homem caído, ensanguentado, sem chances de sobreviver. Morreu no local mesmo, diante dos olhos atônitos de quem passava.
As Consequências Imediatas
Enquanto isso, o idoso — que também sofreu ferimentos, embora leves — foi levado para o Hospital de Urgências de Bauru. Lá, os médicos constataram que ele estava bem, considerando a brutalidade do que aconteceu. Mas imagina o estado psicológico do homem? Setenta e quatro anos de vida e, do nada, se vê no meio de uma cena de filme de ação — só que real, muito real.
A Polícia Militar isolou a área inteira. Fitas amarelas, agentes correndo de um lado para outro, aquele burburinho que só tragédias urbanas produzem. Começaram a colher depoimentos, tentando reconstruir os minutos que transformaram uma tentativa de furto banal em caso de homicídio.
Perguntas que Ficam
O que se discute agora — e vai render muita conversa nos botecos de Bauru — é até onde vai o direito de se defender. O idoso exagerou? Teve medo legitimo? A reação foi proporcional à ameaça? São questões que nem os melhores juristas respondem com facilidade.
O caso segue nas mãos da 3ª Delegacia de Polícia de Bauru, que vai apurar cada detalhe. Vão verificar se o idoso portava a arma legalmente, o histórico do assaltante, as circunstâncias exatas do confronto. Uma coisa é certa: a vida do aposentado de 74 anos nunca mais será a mesma.
E Bauru, mais uma vez, se vê diante desse paradoxo urbano — onde a violência gera violência, e as vítimas, às vezes, viram algozes.