Tragédia em Juiz de Fora: Cabeleireiro é Encontrado Morto em Apartamento no Centro
Cabeleireiro morto em JF: história de vida interrompida

O silêncio no apartamento 302 do Edifício São Mateus, bem no coração de Juiz de Fora, contava uma história que ninguém gostaria de ouvir. Lá, na Rua Halfeld, número 1.379, a vida de Alex Sandro da Silva—um cabeleireiro de 46 anos que fazia mais do que cortar cabelos—foi interrompida de forma brutal.

Era terça-feira, 30 de setembro, quando a polícia chegou ao local. O que encontraram foi uma cena que vai contra tudo o que Alex representava em vida. Enquanto a cidade seguia seu ritmo normal lá fora, dentro daquela residência havia apenas o vazio deixado pela violência.

O homem por trás das tesouras

Quem era Alex Sandro? Se você perguntar para quem cruzou seu caminho, a resposta virá carregada de afeto. "Ele atendia sempre feliz, sabe?", conta Luciana Alves, amiga e colega de profissão, com a voz embargada. "Não importava se o dia estava cinza, se chovia ou fazia sol—Alex tinha essa luz própria que contagiava todo mundo."

Seu salão não era apenas um lugar para cortar cabelo. Era ponto de encontro, espaço de conversas francas, território onde os problemas pareciam mais leves depois de uma boa prosa. Alex tinha o dom raro de transformar um simples corte de cabelo em uma experiência que ia muito além da estética.

Os últimos momentos

Os detalhes do crime são tão secos quanto perturbadores. A perícia encontrou marcas de violência no corpo—sinais de que sua morte não foi pacífica. O IML levou o corpo para exames, e a polícia agora busca pistas que possam levar aos responsáveis.

O que teria acontecido naquele apartamento? Por que alguém faria mal a um homem descrito por todos como "gentil" e "trabalhador"? São perguntas que ecoam no vácuo deixado pela tragédia.

O vazio que ficou

Na cidade, o choque é palpável. Clientes antigos se revezam nas redes sociais para compartilhar histórias—aquele dia em que Alex os fez rir em um momento difícil, a paciência que tinha com idosos, o carinho com que tratava crianças assustadas com a tesoura.

"Ele não era apenas meu cabeleireiro, era quase um psicólogo de plantão", desabafa uma cliente que prefere não se identificar. "Sempre saía de lá mais leve, com o cabelo bonito e o coração mais tranquilo."

Luciana resume o sentimento de todos: "A gente perdeu muito mais do que um profissional talentoso. Perdemos uma daquelas pessoas raras que melhoram o mundo apenas por estarem nele."

Enquanto a polícia investiga, a comunidade se pergunta quantos "Alex Sandros" precisam ser sacrificados antes que a violência urbana seja levada a sério de verdade. A pergunta fica no ar, tão pesada quanto o silêncio no apartamento 302.