Vila Carvalho em Sorocaba vira alvo de criminosos após mudança de plantão policial — SSP reage com novo batalhão
Bairro de Sorocaba tem alta criminalidade após mudança da PM

Era uma daquelas segundas-feiras cinzentas quando os moradores da Vila Carvalho perceberam que algo estava errado. Desde que o plantão policial mudou de endereço — trocou a região por um ponto mais central —, o bairro parece ter virado terra sem lei. E os números não mentem: assaltos, furtos e até arrastões aumentaram quase 40% em três semanas. Algo que, convenhamos, não surpreende ninguém que conhece a dinâmica da segurança pública no Brasil.

O vácuo que virou convite

Sem a presença ostensiva da PM, os criminosos agiram como formigas em açúcar. "Parece que ficamos invisíveis", desabafa Dona Marta, dona de uma padaria que já foi assaltada duas vezes no último mês. A rua onde ficava o antigo posto — antes movimentada por viaturas e agentes — agora é só mais um ponto de passagem para motos sem placa.

E olha que a situação chegou num nível tão absurdo que até o traficante da esquina reclamou da "falta de ordem". Sim, você leu certo. Quando até quem vive fora da lei acha que tá ruim, a coisa tá preta.

A resposta da SSP

Depois de muita pressão — incluindo um protesto que bloqueou a Rodovia Raposo Tavares — a Secretaria de Segurança Pública finalmente reagiu. Na próxima quarta, inauguram um novo batalhão estrategicamente posicionado entre a Vila Carvalho e o Jardim Santa Rosália. "É uma medida emergencial, mas já estamos estudando realocar mais efetivos", prometeu o secretário adjunto, em tom que tentava ser convincente.

Será que vai resolver? Bom, os especialistas são céticos. "Polícia não é enfeite de prateleira — tem que ter planejamento a longo prazo", dispara o sociólogo Carlos Mendonça, que pesquisa segurança urbana há 15 anos. Ele lembra que o problema não é novo: sempre que uma unidade fecha ou muda, os criminosos fazem a festa.

Enquanto isso, na Vila Carvalho:

  • Comércios fechando mais cedo
  • Muros ganhando grades elétricas como se fossem presídios
  • E aquela velha sensação de que, quando o poder público demora, quem paga é sempre o mesmo

Resta saber se o novo batalhão vai ser solução ou só mais um curativo em ferida profunda. Mas uma coisa é certa — nesse jogo de xadrez entre polícia e crime, os moradores estão cansados de ser peões.