
Mais uma noite em Maceió que terminou em sangue e lágrimas. Dessa vez, o palco da tragédia foi o bairro do Jacintinho, onde os sons habituais da noite de domingo foram substituídos por rajadas de tiros e gritos de pavor.
Por volta das 22h30 de ontem, testemunhas relataram à polícia que pelo menos dois indivíduos em uma motocicleta — o que já virou quase um clichê macabro nesses casos — abriram fogo contra um homem que estava na Rua São Jorge. A precisão foi assassina: múltiplos projéteis atingiram o homem, que não resistiu aos ferimentos.
Mas a história fica ainda mais cruel. No meio do fogo cruzado, uma criança — sim, uma criança — foi atingida por estilhaços ou por uma bala perdida. A inocência pagando o preço da barbárie adulta. Ela foi rapidamente socorrida pelos bombeiros e encaminhada ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde segue lutando pela vida.
O homem, ainda não identificado oficialmente, morreu no local. A cena era de caos: vizinhos em pânico, o chão marcado pelo sangue e pelo horror de mais um episódio de violência que ninguém parece capaz de frear.
O que sabemos até agora?
A Polícia Civil já iniciou as investigações, mas — como sempre — as informações são escassas. Não há suspeitos nomeados, nem motivação aparente para o crime. Os investigadores trabalham com a hipótese de acerto de contas, um triste reflexo da guerra entre facções que assola várias comunidades.
Os peritos do Instituto de Criminalística estiveram no local para coletar evidências. Encontraram dezenas de cápsulas de balas no asfalto — um testemunho mudo da fúria dos atiradores.
Enquanto isso, a população do Jacintinho vive mais um dia de luto e medo. "A gente já nem se assusta mais, é só tristeza", comentou uma moradora que preferiu não se identificar, com a voz embargada pelo cansaço de ver cenas assim se repetirem.
O caso agora está sob a responsabilidade da Delegacia de Homicídios da Capital, que tenta reconstruir os últimos momentos da vítima e encontrar pistas que levem aos executores. Algo extremamente difícil num cenário onde o silêncio e o medo frequentemente falam mais alto.