Brasil atinge menor índice de mortes violentas da história, mas letalidade policial ainda preocupa
Queda histórica em homicídios, mas violência policial preocupa

Parece que o Brasil finalmente encontrou um caminho para reduzir a violência — mas, como sempre, há um 'porém' que não podemos ignorar. Os números mais recentes mostram algo inédito: pela primeira vez na história, o país registrou menos de 40 mil homicídios em um ano. Sim, você leu certo. Uma queda que beira os 7% em relação ao ano anterior.

Mas calma lá antes de comemorar. Enquanto os crimes violentos diminuíram, as ações policiais continuam tirando vidas num ritmo que dá arrepios. Só no ano passado, mais de 6 mil pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança. Um número que, convenhamos, está longe de ser aceitável.

Os dois lados da moeda

Por um lado, especialistas apontam que políticas de controle de armas e investimento em inteligência estão dando resultados. 'Finalmente estamos colhendo os frutos de estratégias mais eficientes', comenta um analista de segurança que prefere não se identificar. Por outro, a violência estatal segue como uma ferida aberta.

E olha que curioso: os estados que mais reduziram homicídios não são necessariamente os que diminuíram mortes por policiais. Algo cheira mal nessa história, não?

O que os números não contam

Detalhes que fazem pensar:

  • A queda foi puxada principalmente pelo Nordeste — sim, a região que antes liderava os rankings negativos
  • Enquanto isso, unidades da federação como Rio e São Paulo viram aumentos preocupantes na letalidade policial
  • Mortes em operações policiais cresceram 3,5% no último ano

Pra piorar, tem um dado que pouca gente comenta: a maioria absoluta das vítimas são jovens, negros e moradores de periferias. Coincidência? Difícil acreditar.

E aí, será que estamos mesmo avançando? Ou só trocamos um tipo de violência por outro? A resposta, como tudo no Brasil, não é preto no branco.