
Era uma noite comum em Rio do Sul, até que um celular registrou algo que não deveria acontecer — nunca. Dois policiais militares dentro da viatura, fazendo o que parecia ser uma abordagem rotineira, mas que rapidamente descambou para o território do constrangimento puro.
O vídeo, que circulou pelas redes sociais feito fogo em palha seca, mostra os PMs — cujos nomes ainda não foram divulgados — conversando com um grupo de mulheres. A princípio, tudo normal. Mas então a coisa degringola. Um dos policiais solta a pérola: "Aqui a gente domina". Sim, essa mesma que você acabou de ler.
Reação imediata do comando
O estrago estava feito. Mal o vídeo começou a viralizar, o comando da PM em Santa Catarina acionou o modo crise. Não deu nem tempo para respirar — os dois PMs foram afastados do serviço operacional na hora. Agora, enquanto cumprem funções administrativas (leia-se: longe do contato com a população), a Corregedoria da corporação investiga cada segundo daquela filmagem.
O que exatamente aconteceu naquela noite? A PM é reticente nos detalhes, mas adiantou que apura possível assédio. Sim, essa palavra pesada que ninguém gosta de ouvir, mas que precisa ser dita quando a situação chega nesse ponto.
O que diz a corporação
Em nota oficial — daquelas bem burocráticas, mas necessárias — a Polícia Militar deixou claro que não tolera esse tipo de conduta. "Os policiais foram afastados preventivamente das atividades operacionais", confirmou a assessoria. E completou, num tom mais firme: a instituição não compactua com comportamentos que manchem a honra da farda.
Parece óbvio, né? Mas às vezes o óbvio precisa ser dito. E reforçado.
Enquanto isso, nas ruas de Rio do Sul, o caso virou assunto certo nos botecos e nas filas do mercado. Alguns defendem os PMs, dizendo que vídeo não mostra contexto completo. Outros — e são muitos — ficam indignados. Afinal, polícia deveria proteger, não constranger. Deveria dar segurança, não medo.
O peso das palavras
Aquela frase — "aqui a gente domina" — ecoa como um soco no estômago. Domina o quê? Domina quem? Em um país onde a relação entre população e polícia já é tão delicada, cada palavra pesa o dobro. Cada gesto é analisado ao microscópio.
O caso segue sob investigação da Corregedoria da PM. Enquanto isso, as mulheres abordadas naquele dia devem ser ouvidas. Seus depoimentos serão cruciais para entender o que realmente se passou dentro daquela viatura.
Uma coisa é certa: celulares com câmeras viraram os grandes fiscais dos nossos tempos. E a população — especialmente quem sempre foi mais vulnerável — está de olho. Mais do que nunca.