
Imagine acordar com o barulho de botas arrombando sua porta. Foi exatamente o que aconteceu com a família Silva* na última quinta-feira (17), num bairro residencial de São Luís. Sem aviso, sem mandado — apenas fardas, gritos e uma sensação de impotência que ainda ecoa nas paredes da casa.
"Parecia cena de filme", conta Dona Maria*, a matriarca de 62 anos que teve o celular arrancado das mãos quando tentou gravar a ação. "Queriam revirar tudo, mas não mostraram nenhum papel. Só diziam 'é ordem superior'."
O que diz a lei?
Advogados consultados foram categóricos: exceto em flagrante delito ou situação de risco iminente, a Constituição é clara — invadir domicílio sem autorização judicial configura violação do Artigo 5º. Mas na prática... Bem, na prática a história às vezes escreve outros roteiros.
Detalhe curioso: os PMs alegaram estar atrás de um suspeito que, pasmem, mora três quadras adiante. Erro de endereço ou excesso de zelo? A corporação prometeu "apurar os fatos", mas a família já protocolou representação no Ministério Público.
O outro lado da moeda
- O Comando da PM afirma que agiu com "fundadas suspeitas"
- Garantem que o procedimento seguiu "protocolos operacionais"
- Prometem apuração interna (aquela de sempre, né?)
Enquanto isso, vizinhos relatam câmeras de segurança "misteriosamente" desligadas durante a ação. Coincidência? O delegado responsável pelo caso evitou comentários, mas fez cara de quem cheirou leite estragado quando questionado sobre irregularidades.
*Nomes alterados a pedido dos entrevistados