
Era pra ser um verão como qualquer outro na Baixada Santista. Mas o que começou como mais um dia de sol e praia terminou em tragédia para uma família que agora clama por respostas. O irmão do jovem morto durante a chamada 'Operação Verão' da PM em Santos não poupa críticas: "Foi uma execução, não uma operação policial".
Segundo relatos dos familiares — que preferiram não se identificar por medo de represálias —, o rapaz de 22 anos estava desarmado quando foi abordado. "Ele saiu pra comprar pão, gente! Como transformam isso em 'confronto'?", desabafa o irmão, com a voz embargada.
A versão da PM
Do outro lado, a Polícia Militar mantém o discurso de sempre: houve troca de tiros, os agentes agiram em legítima defesa. Mas os detalhes? Ah, esses sempre ficam nebulosos. Um porta-voz — desses que falam com o rosto fechado e as palavras medidas — garantiu que "todos os protocolos foram seguidos". Só não explicou qual protocolo inclui sete tiros nas costas.
O que dizem as testemunhas?
Moradores da região, que pediram anonimato (quem pode culpá-los?), contam uma história bem diferente. Falam de gritos, de correria, de um jovem caído no chão enquanto os PMs ainda apontavam as armas. "Parecia cena de filme, mas era a nossa realidade", disse uma senhora que viu tudo da janela de seu apartamento.
O caso já chegou à Ouvidoria da Polícia, mas todo mundo sabe como essas coisas costumam terminar: arquivadas e esquecidas. A família, no entanto, jurou não deixar isso acontecer. "Vamos lutar até o fim", promete o irmão, mostrando fotos do jovem sorridente em formatura do ensino médio.
Enquanto isso, na orla de Santos, turistas continuam aproveitando o verão, alheios ao drama que se desenrola a poucos quarteirões dali. A vida segue — mas pra essa família, nada será como antes.