Medidas protetivas crescem 33% no Amazonas, mas feminicídios caem pela metade
Pedidos de medidas protetivas sobem 33% no Amazonas

A Polícia Civil do Amazonas registrou um aumento significativo na busca por proteção legal por mulheres vítimas de violência. Em 2025, os pedidos de medidas protetivas cresceram 33% em relação ao ano anterior, saltando de mais de nove mil para 12 mil solicitações em todo o estado.

Números da violência e da busca por proteção

Os dados oficiais revelam um cenário complexo. Paralelamente ao aumento das medidas protetivas, a polícia registrou 20,1 mil boletins de ocorrência por violência doméstica em 2025 no Amazonas. A capital, Manaus, concentrou a maior parte das demandas, com aproximadamente 9,5 mil medidas protetivas solicitadas e 13,8 mil boletins registrados nas Delegacias Especializadas em Crimes Contra a Mulher (Deccm).

A delegada Patrícia Leão, titular da Deccm Centro-Sul, explica que nem todas as vítimas solicitam a medida no mesmo momento do registro da ocorrência. "Nem todas as vítimas que registram ocorrência sentem, naquele momento, a necessidade de solicitar a medida. Isso não significa um problema no sistema", afirmou. Ela destacou que o pedido pode ser feito posteriormente, quando a mulher se sentir preparada para esse passo.

Queda nos feminicídios e dados do interior

Um dado que chama a atenção é a redução pela metade nos registros de feminicídio. Enquanto em 2024 foram contabilizados 16 casos no estado, em 2025 esse número caiu para oito ocorrências. A delegada Patrícia Leão informou que, entre as vítimas de 2025, apenas uma possuía medida protetiva, que havia sido revogada anteriormente por decisão da própria mulher.

No interior do Amazonas, os números também mostram a gravidade da situação. Foram solicitadas 2,8 mil medidas protetivas e registrados 6,2 mil boletins de ocorrência no ano passado. Esses dados incluem municípios que não possuem delegacias especializadas, mas são atendidos pelas unidades locais da Polícia Civil.

O que são as medidas protetivas?

As medidas protetivas de urgência são ordens judiciais que visam proteger a vítima imediatamente após a agressão. Elas podem determinar, entre outras coisas:

  • O afastamento do agressor do lar ou local de convivência com a vítima.
  • A proibição de contato por qualquer meio de comunicação.
  • Restrição de aproximação da vítima, seus familiares e testemunhas.

O aumento expressivo no número de pedidos coincide com uma maior divulgação dos mecanismos de proteção e, segundo as autoridades, reflete uma maior procura das vítimas por ajuda formal e o acionamento da rede de proteção nos municípios amazonenses.