O mundo acadêmico e científico está em choque com a morte violenta do físico português Nuno Loureiro, de 47 anos. O pesquisador, que lecionava e dirigia um importante laboratório no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi assassinado a tiros dentro de sua própria casa, nos arredores de Boston, nos Estados Unidos.
Os detalhes do crime
As autoridades americanas confirmaram na noite de terça-feira, 16 de dezembro de 2025, a abertura de uma investigação de homicídio. Nuno Loureiro foi baleado na noite de segunda-feira, 15 de dezembro, em sua residência na cidade de Brookline, região metropolitana de Boston, no estado de Massachusetts. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu em um hospital local na terça-feira.
O Ministério Público do Distrito de Norfolk informou que, até a tarde de terça, nenhum suspeito havia sido preso e que as investigações seguiam a todo vapor. De acordo com relatos do jornal The Boston Globe, uma estudante de 22 anos da Universidade de Boston, que morava nas proximidades do apartamento da vítima, relatou ter ouvido três disparos na noite do crime.
Uma carreira brilhante interrompida
Nuno Loureiro tinha uma trajetória acadêmica notável. Nascido em Viseu, Portugal, ele estudou em Lisboa e obteve seu doutorado em Londres. Antes de se mudar para os Estados Unidos, atuou como pesquisador em um instituto de fusão nuclear em Lisboa. Em 2016, ingressou no prestigiado MIT.
Seu talento e liderança foram reconhecidos no ano passado, quando foi escolhido para assumir a direção do Centro de Ciência de Plasma e Fusão do MIT, um dos maiores da universidade. O centro, que conta com mais de 250 funcionários distribuídos em sete prédios, tem como um dos focos o desenvolvimento de tecnologias para energia limpa.
Dennis Whyte, professor de engenharia e antecessor de Loureiro no centro, descreveu o colega como mais do que um cientista brilhante. “Ele foi um exemplo brilhante como mentor, amigo, professor, colega e líder”, afirmou Whyte à publicação do campus, MIT News. “Sua perda é imensurável para nossa comunidade.”
Repercussão e contexto
A presidente do MIT, Sally Kornbluth, emitiu um comunicado classificando a morte como uma “perda chocante”. O embaixador americano em Portugal, John Arrigo, também se manifestou, oferecendo condolências às redes sociais.
O crime ocorre em um momento de tensão na região da Nova Inglaterra. A investigação em Brookline corre paralelamente à busca por um atirador em Providence, a cerca de 80 km de distância. No último sábado, dois estudantes foram mortos e nove ficaram feridos em um ataque na Universidade Brown. O FBI afirmou, até o momento, não ter conhecimento de qualquer ligação entre os dois casos.
A polícia continua trabalhando para esclarecer as circunstâncias que levaram ao assassinato do renomado cientista português, cujo trabalho prometia contribuições significativas para o futuro da energia sustentável.