O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, foi questionado publicamente sobre a citação do nome de Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, em investigações relacionadas ao escândalo de desvios no INSS. O episódio ocorreu durante um café com jornalistas nesta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025.
O contexto da citação no depoimento
A menção a Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, partiu de um depoimento do empresário Edson Claro à Polícia Federal. Claro é uma pessoa ligada à figura conhecida como "Careca do INSS", central no esquema de fraudes com aposentadorias. O conteúdo desse depoimento, que está sob sigilo, foi compartilhado com membros da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Congresso Nacional que investiga o caso e veio a público por meio do site Poder360.
A posição oficial da Polícia Federal
Andrei Rodrigues adotou uma postura de cautela ao ser indagado sobre o assunto. O chefe da PF afirmou que não comenta investigações sigilosas e destacou que não possui detalhes específicos sobre esse ponto do processo. "Não basta uma pessoa ser citada para ser considerada investigada ou não investigada", declarou Rodrigues, buscando afastar interpretações precipitadas.
Ele enfatizou a necessidade de responsabilidade no tratamento das informações, condenando o que chamou de "exploração midiática da citação" que poderia levar a uma pré-condenação pública. O diretor-geral reafirmou o compromisso da corporação em apurar todos os fatos com isenção, independentemente de envolvidos serem da base governista ou da oposição.
Os desdobramentos e o andamento das investigações
O caso segue sob sigilo judicial, o que limita as declarações públicas das autoridades. A CPMI do INSS continua seus trabalhos para apurar a extensão do esquema de desvios, que desviou recursos da Previdência Social. A declaração do chefe da PF reflete a sensibilidade política do caso, que envolve a família do presidente da República, e a intenção institucional de conduzir as investigações dentro da legalidade, sem influência de vazamentos seletivos ou pressão da mídia.
O episódio ilustra os desafios enfrentados pelas forças de investigação quando nomes de alto perfil surgem em depoimentos, exigindo um equilíbrio entre a transparência necessária e a preservação do trabalho investigativo.