
O clima estava pesado no fórum dessa segunda-feira (8). Dá pra imaginar, né? A mulher do sargento da PM – aquele que virou notícia por apontar uma arma pra uma vizinha numa discussão de condomínio – finalmente foi ouvida por um juiz. E olha, não foi um passeio no parque.
A audiência de custódia, aquela que todo mundo tem direito depois de ser preso em flagrante, rolou num silêncio só quebrado pelos sussurros ansiosos dos advogados. A defesa, claro, tentou argumentar que a mulher não era nenhuma ameaça à sociedade – que era só uma dona de casa que se viu no lugar errado, na hora errada.
Mas aí a gente para e pensa: o que ela estava fazendo com a arma do marido, hein? A arma era dele, um policial militar, supostamente registrada, mas que acabou nas mãos dela durante uma briga de vizinhança. Isso não cheira muito bem, não é mesmo?
O caso, que já é complicado, ganha contornos ainda mais sombrios. A gente se pergunta até onde vai o abuso de autoridade e o que leva uma pessoa a achar que pode resolver desentendimentos com um instrumento de morte. A vizinha, coitada, deve ter tremido de medo. Quem não tremeria?
E Agora, José?
O Ministério Público, como era de se esperar, pediu a manutenção da prisão preventiva. Eles argumentam que soltar a mulher poderia representar um risco – tanto para a vítima quanto para a própria investigação. Medo de que ela possa influenciar testemunhas ou, pior, sumir do mapa.
Do outro lado, a defesa suplica por uma medida alternativa. Diz que a mulher tem endereço fixo, emprego, e que não vai fugir. Que foi um momento de loucura, um lapso de julgamento. Mas, convenhamos, apontar uma arma para alguém não é exatamente um "lapso". É uma escolha. Uma escolha gravíssima.
O juiz agora tem a batata quente na mão. Decidir se manda ela aguardar o julgamento atrás das grades ou se acredita na palavra dela e a solta com uma tornozeleira. Uma decisão que vai ecoar muito além desse tribunal.
Enquanto isso, o sargento – o dono original da arma – também está na berlinda. A Polícia Militar já abriu um processo administrativo para apurar a conduta dele. Afinal, como é que uma arma da corporação foi parar numa briga de condomínio? A pergunta que não quer calar.
O caso é mais um daqueles que expõe as feridas de uma sociedade ainda muito violenta. Um misto de machismo, autoritarismo e uma certa sensação de que alguns se acham acima da lei. É pra refletir, e muito.