Mãe e filha presas em cárcere privado na Grande Curitiba: vizinha relata cenas chocantes
Mãe e filha em cárcere privado na Grande Curitiba

Imagine viver ao lado de uma casa aparentemente normal por anos, sem desconfiar do pesadelo que se escondia atrás daquelas paredes. Foi exatamente o que aconteceu com moradores de um bairro tranquilo na Grande Curitiba, onde mãe e filha eram mantidas como prisioneiras em seu próprio lar.

A vizinhança começou a estranhar quando percebeu que as duas mulheres quase nunca saíam. "Elas pareciam fantasmas", conta uma moradora que preferiu não se identificar. "Às vezes eu via a filha na janela, com um olhar... vazio. Me dava arrepios."

Os detalhes que chocaram a polícia

Quando a denúncia finalmente chegou às autoridades, o que encontraram foi de cortar o coração:

  • A casa estava em condições insalubres, com falta de higiene básica
  • As vítimas apresentavam sinais claros de desnutrição
  • Havia evidências de que eram proibidas de sair há muito tempo

O mais estarrecedor? Quem as mantinha nessa situação era alguém da própria família. Sim, você leu certo. O suspeito, já detido, é um parente próximo que alegava "protegê-las". Proteção? Mais parece um caso clássico de controle doentio disfarçado de cuidado.

"Era como se o tempo tivesse parado ali dentro"

A vizinha que deu o alerta às autoridades descreve cenas que parecem saídas de um filme de terror: "Uma vez ouvi gritos abafados, mas pensei que fosse a TV alta. Agora me culpo por não ter agido antes".

Os investigadores encontraram objetos que sugerem um longo período de isolamento - calendários parados em anos anteriores, pilhas de correspondência nunca aberta. Um verdadeiro túnel do tempo do sofrimento.

Enquanto isso, no bairro, o clima é de choque misturado com culpa. "Como ninguém notou antes?", questiona-se um comerciante local. Difícil responder. Às vezes o mal mora bem ao lado, vestido de normalidade.

As vítimas agora recebem atendimento médico e psicológico. Longa será a jornada de recuperação, mas pelo menos estão livres. Livres daquela prisão sem grades que, de certa forma, era a pior de todas.