
O caso é daqueles que ficam marcados na memória de qualquer um — um daqueles crimes que fazem a gente questionar até onde pode ir a crueldade humana. E olha que eu já vi muita coisa nesses anos todos cobrindo o judiciário, mas essa história me pegou de jeito.
Imagina só: uma mulher, esteticista bem-sucedida, simplesmente desaparece do mapa. Dias se passam, ninguém sabe de nada. Até que as investigações levam a uma descoberta macabra, digna dos piores filmes de terror.
O Desaparecimento que Virou Pesadelo
Tudo começou em maio de 2022, numa daquelas sextas-feiras comuns — ou pelo menos era o que parecia. A esteticista Andressa de Liz sumiu sem deixar rastros. Familiares, desesperados, acionaram a polícia. As buscas começaram imediatamente, mas ninguém poderia imaginar o que estava por vir.
O ex-companheiro, um tal de Douglas Rodrigo Pereira — que hoje deve estar se arrependendo amargamente de suas ações — tornou-se rapidamente o principal suspeito. E não era pra menos: as contradições nas declarações dele saltavam aos olhos.
A Descoberta Macabra
Quando os investigadores chegaram à casa do casal em Presidente Getúlio, algo já não cheirava bem — e não era apenas metaforicamente. A cozinha apresentava sinais recentes de reforma, um reboco novo no piso que destoava do resto do ambiente.
E então veio o momento que nenhum policial esquece: ao removerem o concreto fresco, encontraram o corpo da infeliz Andressa. Enterrada ali mesmo, sob o piso onde provavelmente preparava suas refeições. A frieza do crime é de cortar o coração.
O Julgamento e a Sentença
O júri popular, realizado na última segunda-feira, foi eletrizante — e olha que eu já cobri muitos ao longo da carreira. A defesa tentou de tudo, é claro. Alegou que Douglas agiu sob "intenso abalo emocional", mas convenhamos, isso não justifica enterrar alguém como se fosse lixo.
O promotor Thiago Giachini não mediu palavras: "Um crime de extrema covardia, que demonstra total desprezo pela vida e pela dignidade humana". E o júri concordou — em unânime, diga-se de passagem.
Os Números da Condenação
- 35 anos de prisão — e olha que a pena inicial poderia ser maior
- Regime inicial fechado, sem direito a respirar ar puro tão cedo
- Redução de um terço da pena por confessar — polêmica, eu sei
- Indenização de R$ 200 mil para a família da vítima
Agora me diz: será que 35 anos são suficientes para apagar uma vida? É uma daquelas questões que ficam ecoando na cabeça.
Um Retrato do Feminicídio no Brasil
Esse caso escancara uma triste realidade que insiste em se repetir pelo país. Mulheres mortas por quem deveriam amar, por quem dividiam a vida. E o pior — a tentativa de apagar os rastros, como se a vítima nunca tivesse existido.
Andressa tinha apenas 33 anos. Uma carreira pela frente, sonhos interrompidos brutalmente. Enquanto isso, Douglas — que trabalhava com manutenção de ar-condicionado — usou justamente suas habilidades para tentar escapar da justiça.
Ironia do destino? Talvez. Justiça sendo feita? Definitivamente.
O caso serve de alerta — e de esperança. Alerta para a violência que muitas mulheres enfrentam dentro de suas próprias casas. Esperança de que o sistema judicial está, mesmo que lentamente, respondendo a esses crimes com a severidade que merecem.