
Dez anos se passaram desde que o Brasil decidiu encarar de frente um problema que, infelizmente, ainda persiste como uma ferida aberta na sociedade. A lei do feminicídio, criada em 2015 para tipificar os assassinatos de mulheres por questões de gênero, completa uma década sem muito o que comemorar.
Os números — esses sim, implacáveis — mostram que a cada seis horas uma mulher é assassinada no país simplesmente por ser mulher. E olha que não estou exagerando: são quatro vidas perdidas por dia, vítimas de uma violência que insiste em não dar trégua.
Um retrato que dói
Parece até piada de mau gosto, mas enquanto algumas leis 'envelhecem' e perdem força, essa aqui parece que nem saiu do papel direito. Os casos continuam pipocando por aí, de norte a sul, sem distinção de classe social ou região.
E sabe o que é mais revoltante? Muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas. Sim, eu disse evitadas. A maioria dos feminicídios acontece dentro de casa, cometido por parceiros ou ex-parceiros — justamente aqueles que deveriam proteger, e não destruir.
O que mudou (e o que não mudou)
- A lei trouxe visibilidade ao problema
- Criou mecanismos mais rígidos de punição
- Aumentou a conscientização social
Mas... (sempre tem um mas) a implementação ainda patina. Falta estrutura, falta orçamento, falta — principalmente — vontade política para fazer valer o que está escrito.
Não adianta ter a melhor lei do mundo se, na hora H, a vítima não consegue sequer registrar um boletim de ocorrência sem ser julgada ou desacreditada. Já pensou nisso?
O que falta para virar o jogo?
Especialistas apontam que precisamos de um combo de medidas:
- Mais investimento em políticas públicas
- Educação desde cedo sobre relações saudáveis
- Estrutura adequada para acolher vítimas
- Agilidade no sistema judiciário
Enquanto isso não acontece de verdade — e não só no papel — continuaremos contando corpos. Desculpe o tom dramático, mas os números não mentem: o Brasil ainda é um dos países mais perigosos do mundo para ser mulher.
E você, acha que daqui a mais dez anos estaremos escrevendo a mesma história? Ou será que finalmente conseguiremos mudar esse triste cenário?