Estivador é preso por vazamento de vídeos íntimos da ex: 'Me chamou de lixo', diz vítima
Estivador preso por vazar vídeos íntimos da ex na web

Um estivador de 33 anos foi preso em flagrante na última segunda-feira (4) em Santos, litoral de São Paulo, após cometer um crime de violência digital contra sua ex-companheira. O homem divulgou vídeos íntimos da mulher na internet como forma de vingança pelo término do relacionamento.

Vingança virtual com consequências reais

De acordo com as investigações, o estivador acessou o celular da ex-namorada enquanto ela dormia e transferiu os conteúdos privados para seu próprio aparelho. Após a separação, ele começou a compartilhar os vídeos em grupos de WhatsApp e outras plataformas digitais, além de enviar o material diretamente para familiares da vítima.

"Ele me chamou de lixo e disse que iria acabar com a minha vida", relatou a mulher em depoimento à polícia. A vítima, que tem 31 anos, descobriu a divulgação quando amigos próximos alertaram sobre os vídeos circulando na internet.

Rápida ação policial

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos agiu rapidamente após o registro da ocorrência. Os investigadores colheram provas digitais e testemunhos que comprovaram a autoria dos crimes. O estivador foi localizado e preso em flagrante pelo crime de importunação sexual, previsto no artigo 215-C do Código Penal.

O delegado responsável pelo caso destacou a gravidade deste tipo de violência: "A divulgação não autorizada de conteúdo íntimo é uma forma grave de violência que causa danos profundos à vítima, atingindo sua dignidade e vida social".

Proteção legal e conscientização

Este caso reforça a importância da Lei 14.132/21, que tipificou o crime de importunação sexual e previu punições mais severas para violações de natureza sexual praticadas por meio digital. A legislação prevê pena de 1 a 5 anos de prisão para condutas como:

  • Divulgar cena de sexo, nudez ou pornografia sem consentimento
  • Oferecer ou transmitar conteúdo sexual não solicitado
  • Praticar assédio sexual por meio de comunicação digital

Especialistas em direito digital alertam que o anonimato na internet não protege criminosos, pois as autoridades possuem ferramentas para rastrear e identificar autores deste tipo de violação.

Orientações para vítimas

Para quem sofrer situações similares, a recomendação é:

  1. Registrar imediatamente um boletim de ocorrência
  2. Preservar todas as evidências digitais (prints, conversas, links)
  3. Buscar apoio psicológico especializado
  4. Denunciar o conteúdo às plataformas onde foi divulgado

O caso do estivador de Santos serve como alerta sobre os riscos da violência digital e a importância de denunciar este tipo de crime, que tem consequências devastadoras para as vítimas.