Esgoto a céu aberto vira pesadelo no São Geraldo: moradores se unem para obra emergencial em Pouso Alegre
Esgoto a céu aberto: moradores fazem obra por conta própria

Imagine acordar com o cheiro de esgoto entrando pela janela. É assim que os dias começam para centenas de famílias no bairro São Geraldo, em Pouso Alegre (MG). Uma situação que já dura — pasmem — mais de três anos. E olha que não é exagero.

O córrego que corta a região virou um verdadeiro rio de dejetos. Água parada, lixo acumulado, insetos. Muita gente por aqui já perdeu as contas de quantas vezes ficou doente por causa disso. "É desumano", desabafa Dona Maria, 62 anos, enquanto mostra a ferida na perna causada por bactérias.

Quando a paciência vira concreto

Depois de inúmeras promessas não cumpridas (e sabe-se lá quantos protocolos ignorados), os moradores decidiram botar a mão na massa — literalmente. Juntaram dinheiro, compraram materiais e começaram uma obra improvisada. "Cansei de esperar", diz o pedreiro aposentado Seu João, coordenando o mutirão como quem já fez isso a vida toda.

  • 20 toneladas de entulho retiradas à mão
  • 150 metros de tubulação comprados com vaquinha
  • 3 semanas de trabalho voluntário

Não é solução definitiva, claro. Mas enquanto o poder público não aparece, o cheiro insuportável pelo menos diminuiu uns 30%. Quem mora aqui garante que já faz diferença.

O outro lado da (falta de) história

A prefeitura — sempre ela — alega "questões técnicas complexas" e falta de verba. Só que os números contam outra história: o município arrecadou R$ 12 milhões só em IPTU no último ano. Dá pra fazer muita coisa com isso, não dá?

Enquanto isso, as crianças continuam brincando perto do esgoto. Os idosos seguindo tomando remédio pra infecção. E a comunidade, fazendo o que sempre fez: se virando nos 30.

"É como enxugar gelo", suspira uma moradora, "mas pelo menos estamos nos mexendo." E você, o que faria no lugar deles?