Empresária assassinada em Santos vira símbolo de luta contra violência — projeto de lei em sua homenagem avança
Empresária morta em Santos inspira lei contra violência feminina

Era uma terça-feira comum no movimentado bairro do Gonzaga, em Santos, quando o inesperado rasgou a rotina. Ana Lúcia (nome fictício para preservar a família), 42 anos, dona de um renomado salão de beleza, foi alvejada com cinco tiros — ironicamente, na soleira do próprio estabelecimento que construiu com anos de trabalho.

O crime, que completa um mês nesta sexta, já rendeu mais do que manchetes. Virou combustível para mudança. A deputada Marília Campos (PT), em parceria com coletivos feministas, apresentou o Projeto de Lei 1.245/2025, batizado informalmente de "Lei Ana Lúcia". A proposta? Criar um sistema integrado de proteção para microempreendedoras.

O que prevê o projeto?

Entre os pontos polêmicos — e necessários — que estão na mesa:

  • Botão do pânico gratuito vinculado à PM para MEIs
  • Rondas especiais em corredores comerciais após 18h
  • Obrigatoriedade de câmeras com reconhecimento facial em áreas de risco (isso tá dando o que falar!)

"Ela morreu por ser mulher, por ser bem-sucedida, e por estar sozinha naquele momento", disparou a irmã da vítima durante audiência pública que lotou a Câmara Municipal. O clima? Metade revolta, metade esperança.

Números que assustam

Enquanto isso, os dados da Secretaria de Segurança Pública escancaram o óbvio ululante:

  1. 63% das mulheres assassinadas em 2024 eram comerciantes
  2. Santos lidera o ranking de feminicídios no litoral paulista
  3. 70% dos casos ocorrem... adivinhe? No trajeto casa-trabalho

— É um absurdo que a gente precise virar estatística pra mudar as coisas — comentou uma das clientes frequentes do salão, enquanto depositava flores no local do crime.

O projeto, que já passou por duas comissões em tempo recorde, deve ir a plenário em setembro. Resta saber: será o suficiente pra evitar novas Anas Lúcias? A cidade — e principalmente as mulheres — aguardam respostas mais concretas que discursos.