Mulher denuncia estupro por PMs durante transferência no Amazonas: servidores são exonerados
Denúncia de estupro por PMs no Amazonas: servidores exonerados

Era um daqueles dias que começam com um céu pesado sobre Manaus, como se o próprio clima pressentisse o que estava por vir. Uma detenta — cujo nome não será divulgado por questões óbvias — foi transferida entre unidades prisionais no Amazonas. Rotina, certo? Só que não.

No meio do caminho, segundo o relato dela, tudo descambou para o pesadelo. Dois PMs, aqueles que deveriam garantir sua segurança, teriam cometido um ato de extrema violência: estupro. A palavra queima na língua, mas não dá pra suavizar.

O que aconteceu depois?

A denúncia chegou até a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) feito um estilhaço. E a reação foi imediata — pelo menos no papel. Os servidores acusados foram exonerados. "Tomamos as providências cabíveis", disse um porta-voz, com aquela voz contida de quem sabe que o buraco é mais embaixo.

Mas vamos combinar: exoneração é só o começo. A vítima está sob proteção (ou deveria estar), e o caso agora está nas mãos da Justiça. Ou melhor, deveria estar. Porque nesses meandros do sistema, as coisas podem escorrer entre os dedos.

E agora?

Enquanto isso, naquele jeito brasileiro de ser, a pergunta que não quer calar: até quando? Até quando mulheres sob custódia do Estado vão seguir vulneráveis aos próprios agentes que juram protegê-las? A SEAP garante que "repudia veementemente" o ocorrido. Palavras bonitas, mas a detenta — e todas as outras — precisam de mais do que verbos de repúdio.

Detalhe cruel: isso aconteceu durante uma transferência, quando ela estava completamente sob "cuidado" deles. Ironia amarga, não? O caso lembra outros tantos que pipocam pelo país, sempre com o mesmo roteiro de horror e a mesma sensação de impunidade que gruda na pele.