
O que deveria ser um lar seguro se transformou em pesadelo. Na última terça-feira (12), uma menina de apenas 3 anos foi vítima de um ataque brutal no bairro São João, em Teresina. O agressor? O próprio padrasto, que agora responde por lesão corporal grave.
Segundo testemunhas, o clima na casa já estava pesado há dias. "Ele sempre foi explosivo, mas nunca imaginei que faria isso com uma criança", contou uma vizinha que preferiu não se identificar - o medo ainda falava mais alto.
O socorro que chegou a tempo
A pequena guerreira foi levada às pressas para o Hospital Infantil Lucídio Portella. Os médicos não esconderam a gravidade: "Era um ferimento profundo, próximo a órgãos vitais", revelou um dos profissionais de saúde. Mas contra todas as expectativas, a menina reagiu. Uma semana depois, recebeu alta - ainda assustada, mas viva.
Enquanto isso, o suspeito (cujo nome não foi divulgado) não teve a mesma sorte. Preso em flagrante, já acumula passagens pela polícia. Desta vez, porém, a Justiça parece não dar margem para dúvidas: ele responde pelo crime em regime fechado.
Perguntas que não calam
O caso reacendeu discussões incômodas. Como um adulto consegue ferir uma criança indefesa? Onde falharam os sistemas de proteção? Especialistas ouvidos pelo G1 destacam que situações assim raramente são isoladas - geralmente há sinais anteriores de violência.
"Infelizmente, muitas vezes a sociedade só age quando a tragédia já aconteceu", lamenta a assistente social Maria Alves. Ela defende maior atenção aos relatos de vizinhos e familiares, que costumam ser as primeiras testemunhas de abusos.
Enquanto a menina se recupera com parentes (longe do agressor), uma pergunta ecoa: quantas crianças ainda precisam ser feridas antes que a violência doméstica receba a atenção urgente que merece?