Adolescentes detidas após falsas denúncias de violência doméstica em MT: entenda o caso
Adolescentes detidas por trotes com código de violência doméstica

O que começou como uma "brincadeira" entre adolescentes acabou em encrenca séria em Mato Grosso. Duas jovens, cujas identidades foram preservadas por serem menores de idade, agora respondem por perturbação da ordem pública após uma série de trotes utilizando o código de violência doméstica.

Segundo fontes da delegacia local, as ligações falsas começaram na madrugada de quinta-feira. Os policiais — que já estavam sobrecarregados com casos reais — corriam atrás de fantasmas enquanto as garotas riam do outro lado da linha. "Foi uma falta de respeito com as vítimas reais", desabafou um dos investigadores, visivelmente irritado.

Como o esquema foi descoberto

Não demorou muito para a farsa vir abaixo. Os agentes perceberam padrões estranhos nas chamadas: mesmo tom de voz, histórias parecidas demais e — o maior erro delas — o número de telefone não estava oculto. Com tecnologia de localização em tempo real, a polícia chegou até as autoras em menos de duas horas.

Nas palavras de uma vizinha que preferiu não se identificar: "Elas achavam que era engraçado, até a viatura parar na frente de casa. Aí o sorriso congelou".

As consequências

  • As adolescentes foram levadas para a delegacia sob protestos
  • Os pais foram chamados para prestar esclarecimentos
  • O caso foi encaminhado à Vara da Infância e Juventude
  • Risco de medidas socioeducativas

O delegado responsável pelo caso foi enfático: "Isso não é brincadeira. Enquanto atendíamos ligações falsas, alguém com necessidade real poderia estar sem ajuda". A afirmação ecoa um problema crescente — só este ano, mais de 30% das chamadas ao disque-denúncia na região foram trotes ou falsos alarmes.

Psicólogos entrevistados sobre o caso apontam para a banalização da violência entre os jovens. "Quando coisas sérias viram piada, perdemos o senso de urgência", comenta uma especialista, sugerindo que as escolas deveriam trabalhar mais a conscientização sobre o tema.

Enquanto isso, nas redes sociais, o caso dividiu opiniões. Alguns defendem que "era só uma brincadeira de adolescente", enquanto outros lembram que, em situações de violência doméstica, minutos podem significar a diferença entre a vida e a morte.