
Imagine a cena: uma simples troca de fraldas que terminou no pronto-socorro. É difícil de engolir, mas foi exatamente isso que aconteceu numa creche que deveria ser um lugar seguro em São Leopoldo. A coisa toda rolou no dia 16 de agosto, mas só agora a poeira baixou com as conclusões da polícia.
A professora — cujo nome a gente não pode divulgar, essas coisas de processo jurídico — estava cuidando de um menininho de apenas um ano. Só um aninho, gente! Na hora de trocar a fralda, segundo as investigações, ela deu um puxão no bracinho da criança com uma força desnecessária. Desnecessária é pouco, na verdade.
O resultado que nenhum pai quer ver
O estrago foi sério. Imediatamente depois do ocorrido, a criança começou a chorar de uma forma diferente — aquela choradeira de dor que qualquer pai reconhece na hora. A direção da creche, pelo menos nesse aspecto, agiu rápido e levou o bebê para atendimento médico.
E o diagnóstico? Luxação traumática do cotovelo direito. Em português claro: o ossinho do braço saiu do lugar. Para uma criança tão novinha, uma dor excruciante — e um tratamento que incluiu imobilização e acompanhamento ortopédico.
A investigação que não deixou pontas soltas
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) pegou pesado no caso. Eles ouviram todo mundo: a professora, é claro, mas também outras testemunhas que estavam na creche naquele dia. Até o laudo médico entrou como prova fundamental no inquérito.
O delegado Rafael Bittencourt, que comandou as investigações, foi categórico: "Ficou comprovado que a conduta da educadora foi intencional e violenta". Palavras duras, mas que refletem a gravidade do que aconteceu.
O que me deixa pensando aqui: como é que uma profissional que deveria cuidar e proteger consegue perder a paciência dessa forma? A gente sempre ouve falar que trabalho com crianças exige nervos de aço, mas caramba, tem limites.
E agora, o que vai acontecer?
A professora foi indiciada por maus-tratos — aquele artigo 136 do Código Penal que fala de expor alguém a perigo ou causar sofrimento físico. A pena pode chegar a um ano de detenção, mais multa. O processo agora segue para a Justiça, que vai decidir o destino final do caso.
A creche, por sua vez, se pronunciou através de nota — daquelas bem padrão, dizendo que "repudia qualquer forma de violência" e que está "prestando toda assistência necessária". Mas você me pergunta: será que basta?
Enquanto isso, o bebê se recupera em casa. Os pais, imagino, ainda tentando processar como uma rotina tão simples quanto deixar o filho na creche pode se transformar num pesadelo desses.
Cases como esse servem de alerta — e como! — para a importância de supervisionar de perto o que acontece dentro das instituições de ensino. Principalmente com crianças que mal sabem falar, mas sentem a dor do mesmo jeito.