Trabalho Infantil na Paraíba: Mais de 10 Mil Crianças e Adolescentes em Situação de Exploração
Paraíba: 10 mil crianças em trabalho infantil

Um levantamento preocupante divulgado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) revela que a Paraíba possui mais de 10 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. Os números, referentes a 2022, mostram uma realidade que precisa ser urgentemente combatida em todo o estado.

O Perfil da Exploração Infantil na Paraíba

De acordo com os dados oficiais, a situação atinge principalmente adolescentes entre 14 e 17 anos, que representam 85% dos casos registrados. No entanto, o que mais preocupa as autoridades são as 3.702 crianças de até 13 anos que também estão sendo exploradas, em clara violação da legislação brasileira.

As Piores Formas de Trabalho Infantil

O procurador do MPT, José Helvécio, alerta para as chamadas "piores formas" de trabalho infantil, que incluem:

  • Trabalho doméstico em condições degradantes
  • Atividades no lixo e na reciclagem sem proteção
  • Exploração sexual comercial
  • Trabalho em ruas e feiras livres
  • Atividades agrícolas com exposição a agrotóxicos

Impactos no Desenvolvimento das Crianças

O trabalho infantil traz consequências graves para o desenvolvimento físico e psicológico das crianças e adolescentes. Entre os principais problemas identificados estão:

  1. Comprometimento do rendimento escolar e evasão
  2. Problemas de saúde física por esforços inadequados
  3. Traumas psicológicos e desenvolvimento emocional afetado
  4. Exposição a situações de violência e abuso
  5. Limitação de oportunidades futuras

Combate e Fiscalização

O MPT mantém operações regulares de fiscalização em todo o estado, com foco especial nos setores onde o trabalho infantil é mais frequente. A população pode denunciar casos suspeitos através do disque 100 ou diretamente ao Ministério Público do Trabalho.

"É fundamental que a sociedade compreenda que trabalho infantil não é ajuda, é exploração. Cada criança tem o direito de brincar, estudar e se desenvolver plenamente", reforça o procurador José Helvécio.