Novo Protocolo em Santarém: HMS e UPA Unem Forças para Proteger Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência
Novo protocolo protege crianças vítimas de violência em Santarém

Um avanço significativo na proteção de crianças e adolescentes acaba de ser implementado em Santarém, no oeste do Pará. Hospitais municipais e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) adotaram um novo protocolo integrado para o atendimento de jovens vítimas de violência, representando um marco na assistência à infância vulnerável.

Fluxo Integrado: Do Acolhimento à Proteção

O novo sistema estabelece um caminho claro e eficiente desde a chegada da vítima até o encaminhamento adequado. Todas as unidades de saúde municipais agora estão preparadas para realizar o primeiro acolhimento, iniciando imediatamente o preenchimento da Ficha de Notificação Compulsória.

"Quando uma criança ou adolescente vítima de violência chega a qualquer unidade de saúde do município, seja HMS ou UPA, imediatamente acionamos esse protocolo especializado", explica a secretária municipal de Saúde, Kátia Neves.

Como Funciona o Novo Atendimento

  • Primeiro acolhimento em qualquer unidade de saúde municipal
  • Notificação imediata através da Ficha de Notificação Compulsória
  • Encaminhamento prioritário para o Hospital Municipal de Santarém (HMS)
  • Atendimento especializado por equipe multidisciplinar treinada
  • Integração com rede de proteção como Conselho Tutelar e delegacias

Fim da Revitimização: Um Alívio para as Vítimas

Um dos maiores benefícios do novo protocolo é a redução da revitimização. Antes, as crianças e suas famílias precisavam percorrer diferentes unidades repetindo seus traumas. Agora, o sistema garante que o atendimento seja centralizado e humanizado desde o primeiro contato.

"Nosso objetivo é oferecer um cuidado que minimize ao máximo o sofrimento dessas crianças e adolescentes. Eles já passaram por situações traumáticas suficientes", destaca Kátia Neves.

Casos de Violência Sexual Têm Prioridade Absoluta

Para situações de violência sexual, o protocolo é ainda mais rigoroso. As vítimas recebem atendimento imediato no HMS, onde é administrada a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) para prevenir infecções sexualmente transmissíveis, incluindo HIV.

Além disso, é garantido o acesso à pílula do dia seguinte para prevenir gravidez indesejada, assegurando que direitos fundamentais sejam preservados mesmo nas situações mais críticas.

Capacitação Contínua das Equipes

A implementação do novo protocolo vem acompanhada de um programa permanente de capacitação para os profissionais de saúde. Médicos, enfermeiros e técnicos estão recebendo treinamento especializado para identificar sinais de violência e aplicar as novas diretrizes.

"Nossos profissionais estão sendo preparados não apenas tecnicamente, mas também emocionalmente para lidar com essas situações tão delicadas", complementa a secretária.

Proteção que Transcende a Saúde

O protocolo não se limita ao atendimento médico. Ele estabelece uma ponte direta com o Conselho Tutelar e as delegacias especializadas, garantindo que cada caso seja acompanhado de forma integral pela rede de proteção.

Essa integração entre saúde, assistência social e segurança pública representa um modelo inovador de proteção à infância que pode servir de exemplo para outras regiões do país.

A iniciativa reforça o compromisso do município com os direitos das crianças e adolescentes, transformando a maneira como o poder público responde a casos de violência contra os mais vulneráveis.