Uma operação de resgate no norte do Paraná expôs uma realidade chocante: 13 indígenas da etnia Guarani foram libertados de condições análogas à escravidão na cidade de Santa Mariana. As vítimas trabalhavam em um sistema de servidão por dívida que as mantinha presas em um ciclo de exploração.
Condições degradantes de trabalho
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), os indígenas eram submetidos a jornadas exaustivas no cultivo de erva-mate e outras atividades rurais. O local não oferecia condições mínimas de higiene e segurança, com alojamentos precários e falta de água potável.
"As dívidas eram utilizadas como mecanismo de coerção", explicou um procurador do MPT envolvido no caso. "Os trabalhadores contraíam obrigações com alimentação e moradia que nunca conseguiam quitar, criando uma dependência total do empregador".
Como funcionava o esquema de servidão
- Contratação sem carteira assinada
- Dívidas crescentes com alimentação básica
- Alojamentos precários descontados do pagamento
- Isolamento geográfico e social
- Falta de acesso a serviços públicos
Operação de resgate e assistência
A ação coordenada envolveu MPT, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Após o resgate, os indígenas receberam:
- Atendimento médico e psicológico
- Assistência social
- Encaminhamento para programas de proteção
- Pagamento de verbas trabalhistas devidas
"Este caso evidencia a vulnerabilidade das comunidades indígenas no mercado de trabalho", destacou o procurador. "É fundamental combater essas práticas que violam direitos humanos fundamentais".
O MPT já instaurou inquérito civil público para apurar todas as responsabilidades e garantir que os direitos dos trabalhadores indígenas sejam integralmente respeitados.