Famílias Acolhedoras: Campinas enfrenta crise com queda de voluntários enquanto demanda por abrigo infantil dispara
Famílias acolhedoras: crise em Campinas com queda de 40%

Campinas vive um paradoxo social preocupante: enquanto a demanda por acolhimento infantil cresce significativamente, o número de famílias voluntárias para abrigar crianças em situação de vulnerabilidade cai drasticamente na cidade.

Queda alarmante em números

O programa Famílias Acolhedoras, que oferece lar temporário para crianças afastadas das famílias de origem por medida protetiva, registrou uma redução de 40% nas adesões desde 2022. Atualmente, apenas 36 famílias participam ativamente do programa, um número insuficiente para atender às necessidades da região.

Demanda em crescimento constante

Enquanto as vagas diminuem, a procura pelo serviço não para de aumentar. Mais de 80 crianças aguardam na fila por uma vaga no programa, criando uma situação crítica para o sistema de proteção infantil campineiro.

O que é o programa Famílias Acolhedoras?

Esta iniciativa oferece acolhimento familiar temporário para crianças de 0 a 6 anos que precisam ser afastadas do convívio familiar por determinação judicial. Diferente dos abrigos institucionais, o programa proporciona um ambiente familiar e individualizado durante o período necessário.

Desafios e obstáculos

Especialistas apontam vários fatores para a diminuição no interesse pelo programa:

  • Desconhecimento da população sobre como funciona o programa
  • Receio do vínculo emocional com as crianças acolhidas
  • Falta de divulgação adequada nas mídias e redes sociais
  • Dificuldades burocráticas no processo de cadastramento

Impacto direto nas crianças

A escassez de famílias acolhedoras tem consequências graves para o desenvolvimento infantil. Crianças que poderiam estar em ambientes familiares protegidos acabam em abrigos institucionais, onde não recebem a mesma atenção individualizada.

Perfil das famílias necessárias

O programa busca pessoas ou casais com disponibilidade afetiva e tempo para dedicar às crianças. Não é necessário ter renda elevada, mas sim condições emocionais e físicas para oferecer um ambiente seguro e acolhedor.

Como reverter este cenário?

A Prefeitura de Campinas planeja ações para revitalizar o programa:

  1. Campanhas de conscientização em pontos estratégicos da cidade
  2. Parcerias com universidades para divulgação entre estudantes
  3. Simplificação do processo de cadastro de novas famílias
  4. Ampliação da divulgação nas redes sociais e mídias locais

A situação em Campinas reflete um desafio nacional: como manter programas essenciais de proteção infantil funcionando em meio a crises sociais e econômicas. Enquanto isso, dezenas de crianças aguardam por uma chance de viver em um ambiente familiar, mesmo que temporariamente.