Pai denuncia diário de ofensas racistas contra filho em escola de São José do Rio Preto
Diário com ofensas racistas em escola de SP gera revolta

Um caso de bullying racial sistemático contra um adolescente de 12 anos está causando comoção em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. O pai do estudante descobriu que colegas da escola estadual mantinham um diário com ofensas e ameaças direcionadas ao seu filho, expondo uma realidade alarmante de discriminação no ambiente escolar.

Caderno da vergonha: insultos e humilhações

As páginas do caderno revelam um padrão de assédio moral e racial que duraria pelo menos dois meses. Entre os conteúdos encontrados estavam:

  • Xingamentos racistas direcionados ao adolescente
  • Ameaças veladas de violência física
  • Brincadeiras de mau gosto com conotação racial
  • Frases depreciativas sobre a aparência do colega

"Fiquei devastado quando li aquilo. Meu filho vinha apresentando mudanças de comportamento, mas nunca imaginei a dimensão do que estava acontecendo", desabafa o pai, que preferiu não se identificar para proteger o filho.

Sinais de alerta ignorados

O caso veio à tona quando o pai decidiu investigar as mudanças no comportamento do filho. O adolescente, antes extrovertido, havia se tornado retraído e ansioso, com frequentes resistências para ir à escola.

"Percebi que ele estava diferente, mas a escola sempre minimizou minhas preocupações. Diziam que eram 'coisas de adolescente'", relata o pai, destacando a falta de ação da instituição diante dos sinais evidentes de que algo estava errado.

Busca por justiça e medidas protetivas

Diante da gravidade das ofensas, a família tomou as seguintes medidas:

  1. Registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia
  2. Protocolou representação no Ministério Público do Estado de São Paulo
  3. Solicitou transferência urgente do adolescente para outra unidade escolar
  4. Buscou acompanhamento psicológico para o filho

O pai também entregou uma notificação extrajudicial à Diretoria de Ensino da região, exigindo providências concretas para coibir práticas de bullying e discriminação racial nas escolas estaduais.

Resposta das autoridades educacionais

Em nota, a Secretaria Estadual da Educação afirmou que repudia qualquer tipo de discriminação e que o caso está sendo acompanhado pela equipe de supervisão de ensino. A pasta garantiu que serão adotadas "medidas pedagógicas e administrativas pertinentes".

Entre as ações prometidas estão:

  • Capacitação de professores e funcionários para identificar casos de bullying
  • Implementação de projetos sobre diversidade e respeito às diferenças
  • Acompanhamento psicológico para todos os estudantes envolvidos

Reflexão sobre o ambiente escolar

Este caso levanta questões importantes sobre a efetividade das políticas anti-bullying nas escolas brasileiras. Especialistas em educação alertam que situações como esta não são isoladas e refletem a necessidade de:

"É fundamental que as escolas desenvolvam um trabalho contínuo de educação para a diversidade, criando espaços seguros onde os estudantes se sintam protegidos para denunciar qualquer tipo de assédio", analisa uma educadora que prefere não se identificar.

O caso segue sob investigação enquanto a família busca garantir que o adolescente tenha seu direito a uma educação livre de discriminação respeitado, servindo como alerta para que outras instituições de ensino reforcem suas políticas de combate ao bullying racial.