Uma situação que beira o inacreditável veio à tona nesta quarta-feira (10) no interior paulista. Não é exagero dizer que o que os agentes da Guarda Civil Metropolitana encontraram numa residência simples de São Carlos corta o coração de qualquer um.
Duas crianças, tão novinhas ainda, estavam completamente sozinhas. E o estado delas? Francamente, deplorável. A mais velha, com apenas 4 anos, e a caçula, de meros 2 anos – ambas apresentavam sinais claros e avançados de desnutrição. E pra piorar, o corpo todo marcado pelas lesões de sarna, uma condição de pele que dói só de olhar.
O que levou a essa descoberta?
Tudo começou com uma denúncia anônima. Alguém, um vizinho talvez, não aguentou mais ouvir o choro e resolveu ligar. E graças a Deus que ligou. Ao chegarem ao local, por volta das 14h, os guardas se depararam com a cena: a porta destrancada, a casa em silêncio inquietante.
Não havia um adulto sequer para cuidar delas. Nada. A solidão daquelas duas vidas pequenas era palpável. A GCM não perdeu tempo e acionou imediatamente o serviço de assistência social e a saúde pública. Era preciso agir rápido.
O socorro urgente e a investigação
As crianças foram levadas às pressas para o Hospital Municipal. Lá, a equipe médica confirmou o óbvio: estado grave de desnutrição e infestação generalizada de sarna. Um quadro que, convenhamos, não se desenvolve da noite pro dia. Isso é fruto de abandono prolongado, de pura negligência.
Enquanto os pequenos recebiam os primeiros cuidados, a polícia começava a busca pelos responsáveis. O paradeiro deles? Um verdadeiro mistério. Sabe-se que a família é daquelas que vivem à margem de tudo, conhecida pelos serviços sociais justamente pela vulnerabilidade.
O Conselho Tutelar já assumiu o caso e as crianças estão sob a guarda do Estado. Agora, o que se espera é que elas se recuperem física e emocionalmente. O trauma de ser deixado para trás assim, pela própria família, é algo que pode marcar para a vida toda.
O caso foi registrado como abandono de incapaz na Delegacia de Defesa da Mulher. A investigação corre em sigilo, mas uma coisa é certa: a justiça precisa ser feita. E que sirva de alerta para que outras crianças não passem pelo mesmo.
