Chapecon lidera ranking de tentativas de estupro no Brasil: dados alarmantes exigem ação
Chapecó lidera ranking de tentativas de estupro no Brasil

Os números não mentem — e, infelizmente, pintam um cenário desolador. Chapecó, aquela cidade catarinense que muitos associam ao futebol e ao agronegócio, agora carrega um título nada honroso: está entre os municípios brasileiros com maior número de tentativas de estupro por habitante. Sim, você leu certo. E pior: os dados são oficiais.

Um retrato que dói

Enquanto algumas cidades se orgulham de índices turísticos ou econômicos, Chapecó aparece em destaque por um motivo que envergonha. Os registros policiais mostram que, proporcionalmente à população, a cidade tem números comparáveis a grandes centros urbanos — e isso, convenhamos, é pra tirar o sono de qualquer um.

"É como se tivéssemos normalizado o inaceitável", comenta uma assistente social que prefere não se identificar. Ela trabalha há 15 anos atendendo vítimas e afirma que os casos subnotificados podem ser ainda maiores. "Muitas mulheres ainda temem denunciar, seja por medo, vergonha ou descrença no sistema."

Por que Chapecó?

Especialistas apontam alguns fatores que podem explicar (mas nunca justificar) essa triste realidade:

  • Crescimento urbano desordenado nos últimos anos
  • Falta de políticas públicas eficientes de segurança para mulheres
  • Cultura machista ainda muito enraizada na região
  • Baixo número de delegacias especializadas

Não é simples. Não tem uma resposta única. Mas uma coisa é certa: enquanto alguns comemoram o desenvolvimento econômico da cidade, muitas mulheres vivem com medo de sair às ruas. Ironia cruel, não?

O que está sendo feito?

A prefeitura local garante que está implementando medidas — desde campanhas educativas até aumento do policiamento em áreas críticas. Mas será que isso basta? Para ativistas, é preciso muito mais: "Política pública não se faz com discurso, mas com orçamento e ação constante", dispara a coordenadora de uma ONG local.

Enquanto isso, nas ruas de Chapecó, histórias se repetem. Mulheres que mudam seus trajetos, que carregam sprays de pimenta, que ensinam às filhas desde cedo a "não provocar". Um Brasil que, apesar de todo avanço, ainda trata metade da população como cidadãs de segunda classe.

Os números estão aí. E agora, o que faremos com eles?