
Era uma tarde como qualquer outra quando ela ligou a televisão, sem imaginar que aqueles poucos minutos mudariam tudo. Uma reportagem sobre cultura popular alagoana, daquelas que passam no jornal local, mostrou o rosto do homem que havia tornado seus dias um pesadelo. A ironia? Ele aparecia como representante de uma tradição centenária.
O caso, que vem chocando Maceió, envolve um artista de mamulengo - aqueles bonecos tradicionais do Nordeste - preso pela Polícia Civil nesta terça-feira. As acusações são graves: estupro e roubo contra uma turista. E olha só como a vida prega peças: a própria vítima o identificou depois de vê-lo na TV, exibindo seu trabalho como se fosse um cidadão exemplar.
Da TV para a Cadeia
Segundo as investigações, o crime aconteceu no último dia 25 de setembro. A vítima, uma turista que preferiu não se identificar, foi abordada pelo artista na orla da Pajuçara. Ele, usando sua condição de conhecedor da cultura local, teria se oferecido para mostrar pontos turísticos.
Mas a situação degringolou completamente. O que prometia ser um passeio cultural transformou-se em um cenário de horror. O homem, aproveitando-se da vulnerabilidade da turista, cometeu estupro e ainda levou seus pertences. Um verdadeiro baixo-astral.
O Reconhecimento que Mudou Tudo
Passados alguns dias, ainda tentando superar o trauma, a mulher assistia a um programa local quando... pum! Lá estava ele. O mesmo rosto, a mesma voz. Só que agora falando sobre mamulengo como se fosse o maior defensor da cultura popular.
Imediatamente, ela entrou em contato com a polícia. E não é que a delegada Camila Sampaio, titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Mulher (DRCCM), confirmou que era ele mesmo? O tal artista, de 36 anos, já tinha até passagem por outro estupro - caso que, pasmem, estava sendo investigado pela 5ª Vara Criminal.
A Prisão e as Consequências
A prisão dele foi decretada pela Justiça, e o sujeito foi direto para a Cadeia Pública de Maceió. A defesa, como era de se esperar, já entrou com pedido de liberdade. Mas a promotoria está em cima, argumentando que soltá-lo representaria risco para outras mulheres.
O que mais choca nessa história toda é o contraste brutal entre a imagem pública - artista cultural, representante de tradição - e a realidade de um agressor sexual reincidente. A cultura popular, que deveria ser motivo de orgulho, sendo manchada por atos tão vis.
E agora, o que sobra? Uma vítima tentando reconstruir sua vida, uma comunidade cultural envergonhada, e a certeza de que, às vezes, os monstros se escondem onde menos esperamos.