
E aí, o que acontece quando a prefeitura fica com o quadro de segurança pela metade? Bom, em Piracicaba eles estão improvisando — e gerando um baita debate.
A situação é das mais complicadas: o efetivo de guardas municipais encolheu nada menos que 21% nos últimos anos. Vinte e um por cento! É quase um quarto da força de trabalho que simplesmente evaporou. E agora?
Mudança na estratégia de segurança
A solução que encontraram foi, digamos, criativa. Os guardas que antes ficavam cuidando de prédios públicos — aquela vigilância patrimonial tradicional — agora vão trocar a monotonia dos corredores governamentais pela agitação das ruas.
Parece uma decisão lógica, né? Afinal, segurança é segurança. Mas a coisa não é tão simples quanto parece.
O que muda na prática:
- Os guardas patrimoniais agora fazem parte das rondas preventivas
- Prédios públicos podem ficar com vigilância reduzida
- A população ganha mais "olhos" nas ruas
- Mas será que o patrimônio público não vai sofrer?
Entre a cruz e a espada
Confesso que fico dividido sobre essa medida. Por um lado, é inegável que precisamos de mais segurança nas ruas — qualquer morador de Piracicaba sabe disso. Mas por outro... será que não estamos criando um problema enquanto tentamos resolver outro?
Imagina só: você tira a proteção de um prédio público importante, e do nada aparece um vandalismo. Aí a prefeitura gasta mais consertando o estrago do que gastaria mantendo o guarda no posto original. Ironia das grandes.
E os próprios guardas? Muitos foram contratados especificamente para vigilância patrimonial. Agora vão ter que se adaptar a uma função completamente diferente. É como pedir para um goleiro virar atacante — até pode funcionar, mas não é exatamente o que ele treinou a vida inteira.
O que dizem os números
A redução de 21% no efetivo não é brincadeira. Estamos falando de uma força que já não era das maiores ficando ainda mais enxuta. E a prefeitura, claro, defende a medida como a única saída possível diante das circunstâncias.
Mas cá entre nós — será que não existiam outras alternativas? Contratações temporárias? Parcerias com outras esferas de segurança? Programas de voluntariado? Parece que quando o orçamento aperta, a criatividade some.
O pior é que isso me lembra aquele ditado: "o barato que sai caro". Economizar na segurança pode custar muito mais lá na frente.
E a população?
O cidadão comum fica no meio do fogo cruzado. Por um lado, pode se sentir mais seguro vendo mais rondas nas ruas. Por outro, fica pensando: "e os prédios públicos, quem vai cuidar?"
É aquela velha história — você resolve um problema, mas cria outro. E no final, quem paga o pato é sempre o mesmo.
O que me preocupa, francamente, é que isso parece mais um remendo do que uma solução definitiva. Um tapa-buraco enquanto a situação não melhora. Mas quando será que vai melhorar? Eis a questão que ninguém parece disposto a responder.
No fim das contas, Piracicaba está servindo de laboratório para uma experiência arriscada em segurança pública. Torçamos para que dê certo — porque se der errado, todo mundo perde.