Traficante 'Sardinha' ganha saidinha no Dia dos Pais por decisão de desembargador investigado
Traficante tem saidinha no Dia dos Pais por desembargador

Uma decisão judicial polêmica está causando revolta no sistema de segurança do Rio de Janeiro. O traficante Wellington da Silva da Luz, conhecido como 'Sardinha', foi liberado temporariamente da prisão para comemorar o Dia dos Pais, graças a uma autorização concedida pelo desembargador José Carlos Maldonado de Carvalho, do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).

Desembargador também é alvo de investigação

A situação se torna ainda mais grave quando se descobre que o próprio desembargador que concedeu o benefício está sendo investigado. Maldonado foi alvo da Operação Acesso Livre, deflagrada em julho, que apura supostos crimes de organização criminosa e corrupção no Judiciário fluminense.

O magistrado é suspeito de integrar um suposto esquema de venda de sentenças e decisões favoráveis a investigados e condenados.

Quem é o traficante 'Sardinha'?

Wellington 'Sardinha' não é um criminoso qualquer. Considerado lígue de uma das facções mais perigosas do Rio, ele foi preso em 2022 durante a Operação Narcos, que desarticulou uma organização responsável pelo tráfico internacional de drogas.

Entre os crimes atribuídos a ele estão:

  • Tráfico internacional de drogas
  • Associação para o tráfico
  • Posse ilegal de arma de fogo
  • Homicídio

Benefício concedido durante investigação

A saidinha foi autorizada em agosto, enquanto o desembargador Maldonado já estava sob investigação. O traficante deixou a prisão no sábado e retornou no domingo, passando o Dia dos Pais em família.

O caso veio à tona através de documentos obtidos pelo Fantástico, revelando que o desembargador atuou em pelo menos outros 20 processos de forma simultânea com o processo de 'Sardinha'.

Repercussão no sistema de Justiça

Especialistas em direito penal afirmam que a concessão de benefícios como saidinhas para criminosos de alta periculosidade gera grave insegurança jurídica e descredibiliza o sistema prisional.

O caso expõe as fragilidades do sistema judiciário fluminense e levanta questões urgentes sobre a necessidade de maior controle sobre decisões que beneficiam criminosos perigosos.