
Era mais um sábado comum nas ruas de Santos, até que a rotina de um motorista de aplicativo virou de cabeça para baixo. Tudo começou com uma simples corrida - ou melhor, com o que deveria ter sido uma corrida comum. Mas quando a polícia militar apareceu, a situação escalou para algo que ninguém poderia prever.
O que se seguiu foi, nas palavras do próprio motorista, "uma humilhação pública sem precedentes". Os PMs, atendendo a uma denúncia de furto de R$ 50 durante uma corrida, não mediram esforços na revista. E quando dizemos sem medir esforços, é literalmente isso mesmo: o homem foi revistado até mesmo em suas roupas íntimas, ali mesmo na rua, para desespero e constrangimento de quem passava pelo local.
Do constrangimento à decisão judicial
"Eu me senti completamente violado", desabafa o motorista, que preferiu não se identificar publicamente - e quem pode culpá-lo, depois de tudo que passou? O mais irônico? O dinheiro supostamente roubado nunca foi encontrado. Nem na cueca, nem em lugar algum.
Agora, o que era para ser apenas mais um dia de trabalho se transformou em uma batalha judicial. O motorista já avisou: vai processar o estado de São Paulo por danos morais. E não é para menos - ser revistado até as últimas consequências em plena via pública, sem que nenhuma prova do suposto crime fosse encontrada, é daquelas situações que deixam marcas.
Um caso que levanta questões importantes
Até onde pode ir uma revista policial? Qual o limite entre o cumprimento do dever e o constrangimento desnecessário? Esse caso em Santos joga luz sobre questões que vão muito além dos R$ 50 em disputa.
Enquanto isso, o motorista tenta retomar sua vida - e seu trabalho. Mas confessa que ainda se sente observado toda vez que para em um semáforo. "As pessoas olham, reconhecem", diz ele, com uma mistura de resignação e revolta. "Mas agora eu vou fazer justiça."
Resta saber como a Justiça vai lidar com esse caso peculiar. Uma coisa é certa: a cena da revista íntima na rua vai ecoar por muito tempo na memória de quem testemunhou - e na do próprio motorista, claro.