
Eis que a Justiça Militar resolveu dar um veredito que, convenhamos, não vai cair nada bem para a opinião pública. Três PMs, que estavam atrás das grades sob a pesada acusação de terem participado do assassinato de um delator do PCC, acabaram de receber passe livre. Sim, você leu direito.
A decisão saiu nesta terça-feira e, pelo que apurei, os desembargadores militares consideraram que não havia – pasmem – provas suficientes para manter os caras encarcerados. Tipo, sério mesmo? O caso é tão complexo quanto um novelão das nove, envolvendo uma suposta trama de policiais e facção.
Os detalhes que chocam (ou não)
Pelo que corre nos autos, a vítima era um informante que supostamente colaborava com investigações contra o Primeiro Comando da Capital. Alguém que, teoricamente, deveria estar sob proteção, mas que acabou morto a tiros – e com indícios de participação policial.
Mas eis que a defesa dos PMs argumenta, veja só, que não há ligação direta entre os acusados e o crime. Dizem que era tudo circunstancial. A promotoria, claro, entrou com recurso. Afinal, liberar PMs acusados de envolvimento com milícia e facção não é exatamente um sinal de tranquilidade.
O clima nas delegacias e nas quebradas não está nada amistoso. Tem gente com medo, outros com raiva. E não é pra menos.
E agora, José?
Enquanto os três voltam para casa – mesmo que sob monitoramento –, a pergunta que fica é: até onde a Justiça Militar protege seus próprios? Será que a corporação está mesmo blindando quem deveria prender?
Não me levem a mal, mas às vezes parece que o Brasil vira um filme de suspense mal escrito. Só que aqui, tristeza e revolta não são ficção.
O caso continua correndo em segredo de Justiça, então muita coisa ainda pode vir à tona. Mas uma coisa é certa: a população, mais uma vez, se sente refém de um sistema que – pasme – não entrega respostas.