
Quase dez anos se passaram desde a condenação, mas a justiça, essa teimosa, nunca esquece. E foi numa tarde comum em Salvador que o passado finalmente alcançou um homem de 69 anos que tentava recomeçar longe do Rio Grande do Norte.
Aos 69 anos — idade em que muitos já estão pensando em descanso — ele teve sua liberdade interrompida pela Polícia Civil baiana. Uma operação discreta, quase silenciosa, que encerrou anos de buscas.
O Crime Que Não Prescreve
Lá se vão nove anos desde que a Justiça potiguar o condenou por homicídio. Nove anos vivendo na corda bamba, sempre olhando por sobre o ombro. O tempo pode até passar, mas algumas sentenças são como sombras: seguem você para onde quer que vá.
E pensar que tudo poderia ter sido diferente se ele tivesse cumprido a pena desde o início... Mas preferiu o caminho mais difícil — o da fuga.
Operação Conjunta: Quando Estados se Unem pela Justiça
Não foi obra do acaso. A prisão foi resultado de um trabalho minucioso da 21ª Coordenadoria de Polícia Interativa (Coinpin), que recebeu informações precisas da Coordenadoria de Informações Policiais (Coinp) do Rio Grande do Norte.
Dois estados, separados por centenas de quilômetros, unidos por um mesmo objetivo: fazer cumprir a lei. A tecnologia e a cooperação policial mostraram mais uma vez que as fronteiras estaduais não são barreiras para a justiça.
O Que Espera o Condenado
Após a prisão em solo baiano, começou imediatamente o processo burocrático — mas necessário — para seu retorno ao Rio Grande do Norte. O sistema prisional potiguar o aguarda para cumprir os anos que lhe restam de pena.
É curioso pensar que, depois de quase uma década tentando escapar, seu destino final será justamente o lugar de onde tentou fugir. A ironia que só a vida — e a justiça — são capazes de proporcionar.
O caso serve como lembrete: não importa quanto tempo passe ou quantos quilômetros se percorram, algumas contas precisam ser acertadas. E a justiça, ainda que lentamente, sempre chega.