
Pois é, a gente sempre espera que quem veste a farda esteja do lado da lei, não é mesmo? Mas a realidade às vezes prega peças das mais amargas. Nesta segunda-feira, a rotina em Porto Velho foi sacudida por uma operação que expôs justamente o contrário: um agente penitenciário, supostamente envolvido até o pescoço no comércio ilegal de armas para facções.
A coisa toda começou cedo, por volta das 6h, quando os investigadores da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) colocaram em ação um mandado de busca e apreensão. O alvo? A casa do próprio servidor, um homem de 36 anos que, em tese, deveria zelar pela ordem.
Flagrante no quintal de casa
E não é que a operação rendeu frutos imediatos? Lá estavam, escondidos como quem não quer nada, dois revólveres calibre 38 e nada menos que 53 munições intactas. Um verdadeiro arsenal caseiro, capaz de abastecer quem sabe quantas ações criminosas pela cidade.
O que mais choca — se é que ainda podemos nos surpreender — é que o agente não agia sozinho. Segundo as investigações, que já vinham sendo conduzidas há um bom tempo, ele mantinha uma parceria nada santa com um segundo indivíduo, identificado apenas como "Raimundo". Juntos, eles formavam uma dupla sinistra no mercado negro de armas.
O modus operandi
Como será que funcionava esse esquema? Pelas informações que vazaram, o policial penal usava sua posição — pasmem — para conseguir as armas. Ele então as repassava ao comparsa, que ficava encarregado de fazer a venda direta para os integrantes das facções. Uma divisão de tarefas que beira o cinismo.
E pensar que esse mesmo homem, durante o dia, cumpria função em um dos presídios de Porto Velho, onde supostamente deveria combater exatamente o tipo de crime que alimentava nas horas vagas. A vida prega umas ironias terríveis, não prega?
Os investigadores ainda trabalham para desvendar há quanto tempo esse esquema funcionava e quantas armas podem ter passado pelas mãos do dupla. Uma coisa é certa: a operação de hoje deve ser apenas o começo de descobertas bem mais sombrias.
Enquanto isso, o agente penitenciário agora experimenta o outro lado das grades — ironia das ironias — na cadeia pública de Porto Velho, respondendo por formação de quadrilha e comércio ilegal de arma de fogo. Já o tal Raimundo, esse continua foragido, com os policiais em seu encalço.
O caso serve como um alerta gelado sobre até onde pode chegar a corrupção dentro do próprio sistema. E deixa no ar aquela pergunta que não quer calar: quantos outros como ele ainda estão por aí, vestindo a farda mas servindo ao crime?