Venda Online de Bebidas Alcoólicas: O Novo Desafio para Fiscalização no Brasil
Venda online de bebidas desafia fiscalização

Parece que o mundo digital trouxe uma enxurrada de novidades — e nem todas são fáceis de administrar. O comércio online de bebidas alcoólicas, que cresce a passos largos, está virando um verdadeiro quebra-cabeça para os fiscais. Quem diz isso é ninguém menos que o presidente da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), Alexsandro de Oliveira. E olha, ele não está exagerando.

Imagina só: enquanto as vendas físicas seguem regras claras — horários, idade mínima, documentação —, o ambiente virtual parece terra de ninguém. Qualquer um, em qualquer lugar, pode comprar uma cerveja ou uma dose de cachaça com alguns cliques. E pior: sem ninguém pra verificar se quem está comprando tem idade pra isso.

O que diz a lei — e onde está o buraco

A legislação brasileira é bem específica sobre a venda de bebidas alcoólicas. Proíbe comercialização para menores de 18 anos, estabelece horários e exige verificação de idade. Só que, no mundo online, essas regras viram praticamente letra morta. "A fiscalização esbarra na dificuldade de controlar milhares de vendas simultâneas", explica Oliveira, com a voz carregada da experiência de quem vive o problema no dia a dia.

E não é só papo furado. Dados mostram que o comércio eletrônico de bebidas explodiu nos últimos anos. A pandemia acelerou esse processo, é verdade, mas a tendência veio pra ficar. O problema é que a estrutura de fiscalização não acompanhou esse crescimento vertiginoso.

Os riscos que ninguém está vendo

Pensa bem: um adolescente de 16 anos consegue comprar bebida pelo celular mais fácil do que comprar um livro na livraria da esquina. Sem o contato pessoal, sem a checagem de documentos, sem aquela olhada desconfiada do caixa. É um perigo que muita gente ainda não dimensionou direito.

E tem mais: como fiscalizar impostos nesse mar de transações digitais? Como garantir que as bebidas são armazenadas e transportadas corretamente? São perguntas que ainda ecoam sem respostas satisfatórias.

O presidente da Abrabe foi direto ao ponto durante entrevista ao R7. "Precisamos urgentemente de um marco regulatório que acompanhe a realidade digital", afirmou, com a convicção de quem sabe que o assunto é urgente. A associação já está batendo na porta das autoridades, tentando construir um diálogo que leve a soluções práticas.

E agora, o que fazer?

Algumas ideias estão na mesa — sistemas de verificação de idade mais robustos, responsabilização das plataformas digitais, treinamento específico para fiscais. Mas a verdade é que ainda estamos engatinhando nesse tema.

Enquanto isso, o comércio online segue crescendo. E os desafios também. O que era para ser comodidade pode virar uma dor de cabeça generalizada se não agirmos rápido. O recado do presidente da Abrabe é claro: ou a gente se adapta à nova realidade, ou a realidade vai nos atropelar.

E você, já parou pra pensar nisso? Na próxima vez que for comprar uma bebida pelo aplicativo, reflita: será que todo mundo que está comprando deveria estar fazendo o mesmo?