TikToker é assassinada a tiros em frente à casa na zona rural de Caraí: crime choca comunidade
TikToker morta a tiros em Caraí: crime choca interior de MG

Era pra ser mais uma noite tranquila no pé da serra, onde o silêncio só é quebrado pelo cantar dos grilos. Mas o barulho de tiros ecoou como um trovão na madrugada de quarta-feira (16), deixando a comunidade de Caraí, no Vale do Jequitinhonha, em estado de choque.

Maria Clara Santos — ou melhor, @ClarinhaCurtições, como era conhecida por seus 82 mil seguidores no TikTok — foi executada com pelo menos cinco disparos enquanto abria o portão da casa onde morava com os pais. Aos 22 anos, a jovem que fazia sucesso com dancinhas e desafios virou estatística da violência que assombra até os rincões mais pacatos do interior mineiro.

Um crime que não fecha a conta

Segundo o delegado responsável pelo caso, Wellington Machado, há indícios de que o assassino agiu com frieza calculista: "As marcas no local sugerem que o atirador esperou ela chegar. Não foi um assalto, não houve tentativa de levar nada", revelou em entrevista coletiva, com aquela cara de quem já viu demais na carreira.

  • A vítima voltava de um encontro com amigos quando foi surpreendida
  • Os pais ouviram os tiros mas não conseguiram ver o autor
  • Celular e pertences pessoais foram deixados no local

Nas redes sociais, o clima é de comoção e revolta. Nos comentários do último vídeo postado por Maria Clara — um meme sobre relacionamentos que já acumula 15 mil likes —, os fãs deixam mensagens como "Quem faria isso com você, princesa?" e "Justiça por Clarinha!". A hashtag #JustiçaParaClarinha já circula nos trending topics do Twitter Brasil.

O outro lado da fama digital

Moradores da região contam que a TikToker vinha recebendo mensagens ameaçadoras nos últimos dois meses. "Ela comentou com minha filha sobre um tal de 'admirador secreto' que não aceitava não como resposta", relata Dona Marta, dona da vendinha onde a jovem comprava pão de queijo toda manhã.

O caso expõe a vulnerabilidade de criadores de conteúdo em cidades pequenas, onde todo mundo se conhece — ou pensa que conhece. Enquanto a Polícia Civil corre contra o tempo para desvendar o mistério (e a população cobra respostas), o que fica é o vazio nas ruas de terra batida e o silêncio constrangedor dos órgãos públicos.

Restam perguntas sem resposta: Foi crime passional? Inveja? Ou apenas mais um caso de violência contra mulheres que vira notícia por 24 horas e depois cai no esquecimento? Enquanto isso, na casa dos pais de Maria Clara, o relógio parou na hora exata em que a vida da jovem foi interrompida.