Fama de Oruam: Como o Funk Transforma Criminosos em Ídolos e Alimenta a Violência
Oruam: Fama do funk glorifica violência perigosa

O cenário musical brasileiro testemunha um fenômeno preocupante: a ascensão de artistas como Oruam, cujas letras e imagens publicamente associadas à criminalidade estão abrindo uma trilha perigosa de glamorização da violência. Esta tendência representa um risco significativo para milhares de jovens em todo o país.

Da Periferia para os Holofotes: Uma Jornada Controvertida

Oruam, nome artístico de Rhuan dos Santos Clemente, construiu sua carreira musical a partir de narrativas que frequentemente romanticizam o crime e a vida marginal. Suas músicas, que alcançam milhões nas plataformas digitais, transmitem mensagens que normalizam comportamentos ilegais, apresentando-os como caminhos viáveis para o sucesso e reconhecimento social.

O Impacto nas Novas Gerações

Especialistas em sociologia e educação alertam para as consequências desse fenômeno:

  • Distorção de valores: Jovens em formação podem interpretar essas narrativas como modelos a serem seguidos
  • Banalização da violência: Comportamentos criminosos são apresentados como corriqueiros e aceitáveis
  • Romantização do perigo: Situações de risco são glamorizadas, ignorando suas consequências reais

O Poder das Redes Sociais na Disseminação

As plataformas digitais amplificam exponencialmente a influência desses artistas. Vídeos com milhões de visualizações mostram estilos de vida ostentosos supostamente conquistados através de meios ilícitos, criando uma falsa perspectiva de sucesso fácil e rápido para jovens impressionáveis.

Responsabilidade Artística em Questão

O debate sobre os limites da liberdade artística versus responsabilidade social ganha nova urgência. Enquanto defensores argumentam pela autonomia criativa, educadores e especialistas em segurança pública destacam o custo social dessa glamorização da criminalidade.

Um Problema que Vai Além da Música

O fenômeno Oruam reflete questões estruturais mais profundas da sociedade brasileira:

  1. Falta de oportunidades: Jovens periféricos veem no crime uma alternativa à ausência de perspectivas
  2. Crise de referências: A carência de modelos positivos abre espaço para a idolatria de figuras controversas
  3. Imediatismo: A promessa de ascensão rápida atrai mais que projetos de longo prazo

Esta situação exige uma reflexão coletiva sobre os valores que estamos transmitindo às novas gerações e as consequências reais da romantização da vida criminosa. O caminho aberto por artistas como Oruam pode estar levando muitos jovens para direções das quais dificilmente conseguirão retornar.