Tragédia no Ninho do Urubu: Cinco Anos Depois, Famílias Revoltadas com Nova Audiência
Ninho do Urubu: 5 anos depois, famílias protestam

Cinco anos se passaram, mas a dor permanece viva. Familiares das dez vítimas do trágico incêndio que destruiu parte do Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, voltaram às ruas em protesto nesta terça-feira. A motivação: mais uma audiência judicial que, para eles, representa a reabertura de feridas ainda não cicatrizadas.

Justiça que não avança

O protesto ocorreu em frente ao Fórum de Justiça da capital fluminense, onde acontecia a primeira audiência de instrução do processo. Os manifestantes carregavam fotos dos jovens atletas e gritavam por justiça e celeridade em um caso que já se arrasta por meio década.

"É muito doloroso voltar aqui cinco anos depois e ver que praticamente nada avançou", desabafou uma das mães, que preferiu não se identificar. "Cada nova audiência é como reviver a tragédia, mas sem ver a responsabilização que merecemos."

O que diz a defesa

Os advogados de defesa argumentam que as investigações foram conduzidas de forma precipitada e que não há provas concretas contra seus clientes. Eles solicitam a absolvição dos acusados, alegando que o incêndio foi um acidente trágico, não um crime.

Do outro lado, o Ministério Público sustenta que houve negligência grave por parte da administração do clube, que teria permitido condições inseguras no alojamento onde os jovens dormiam.

Memória que não se apaga

O incêndio de 8 de fevereiro de 2019 chocou o país e o mundo do futebol. Entre as vítimas estavam promissores jogadores da base do Flamengo, com idades entre 14 e 17 anos. A tragédia expôs as precárias condições de alojamento de atletas em um dos clubes mais ricos do Brasil.

Desde então, as famílias travam uma batalha judicial contra o time e seus dirigentes, em um processo marcado por adiamentos e recursos que prolongam o sofrimento dos que perderam seus entes queridos.

O que esperar agora?

A nova fase do processo deve incluir a oitiva de testemunhas e perícias. Os familiares esperam que, finalmente, haja responsabilização pelos dez jovens que tiveram seus sonhos interrompidos tragicamente.

Enquanto a justiça não chega, a lembrança dos meninos do Ninho permanece viva - não apenas no coração de seus familiares, mas na memória de todo o futebol brasileiro que prometeu nunca esquecer.