Mãe de cantor de pagode assassinado na Bahia desabafa: 'Meu filho foi embora sem justiça'
Mãe de cantor assassinado na BA desabafa sobre crime brutal

Era pra ser mais um sábado qualquer em Salvador. O sol escaldante, o cheiro de acarajé nas esquinas, o som dos trios elétricos ao longe. Mas pra dona Maria*, o dia 12 de agosto de 2025 vai ficar marcado na memória como o pior pesadelo de sua vida. Foi quando recebeu a notícia que nenhuma mãe deveria ouvir: seu filho, o cantor de pagode Rafael Santos, de 24 anos, havia sido espancado até a morte num beco do bairro de Periperi.

"Ele saiu pra ensaiar com a banda e não voltou", conta a mãe, entre lágrimas que parecem não ter fim. "Quando cheguei no hospital e vi meu menino todo quebrado... Parecia que tinham passado um caminhão por cima dele."

O crime que chocou a periferia

Testemunhas ouvidas pela polícia contam que Rafael foi abordado por pelo menos três homens - supostamente envolvidos com o tráfico local. O motivo? Uma dívida de R$ 150 que o jovem cantor nem sabia que existia. "É de cair o cu da bunda", desabafa um amigo da vítima que pediu para não ser identificado. "O cara era paz e amor, vivia pra música. Agora virou estatística."

Os detalhes são de cortar o coração:

  • Rafael recebeu golpes na cabeça com barras de ferro
  • Tentou fugir, mas foi encurralado num beco sem saída
  • Os agressores continuaram a bater mesmo depois dele desmaiar

A delegada responsável pelo caso, que preferiu não se identificar, adiantou que já tem pistas importantes. "Temos imagens de câmeras de segurança e nomes circulando. Mas não posso dar detalhes para não atrapalhar as investigações", disse, enquanto ajustava o coldre da arma com um movimento quase automático.

O luto que virou luta

Enquanto isso, dona Maria transforma a dor em combustível. Organiza vigílias, pressiona autoridades e viralizou nas redes com um vídeo emocionante: "Quero justiça pelo meu filho. Não vou parar até prenderem esses monstros". A postagem já tem mais de 200 mil compartilhamentos - prova de como o caso mexeu com a população.

Na comunidade, Rafael era querido. "Ele animava todo mundo com aquela voz rouca cheia de ginga", lembra Dona Ivete, dona do boteco da esquina. "Até as crianças paravam pra ouvir quando ele começava a cantar."

O velório, no último domingo, reuniu centenas de pessoas. Amigos fizeram um pagode improvisado - do jeito que ele gostava. "Foi bonito e triste ao mesmo tempo", suspira um primo. "Como se a música tentasse apagar um pouco da crueldade daquela morte."

Enquanto a polícia corre atrás dos suspeitos, a família se agarra à fé. "Sei que um dia vou encontrar meu filho de novo", diz dona Maria, apertando contra o peito a camisa do time que Rafael tanto amava. "Mas até lá, vou brigar pra que ninguém mais passe por isso."