
Em São Carlos, no interior de São Paulo, um comerciante vive dias de angústia após um episódio traumático. Ele foi obrigado a defender seu negócio durante uma tentativa de assalto, resultando na morte de um dos criminosos. Agora, além do trauma, enfrenta retaliações: sua casa foi apedrejada e ele teme pela segurança da família.
"Só quero trabalhar tranquilo, sem medo", desabafa o comerciante, que prefere não se identificar. O caso reacende o debate sobre legítima defesa e a vulnerabilidade de pequenos empresários frente à criminalidade.
O incidente
Tudo aconteceu durante uma noite de trabalho normal. Dois homens armados invadiram o estabelecimento exigindo dinheiro. O comerciante, que estava no local, reagiu. No confronto, um dos assaltantes foi baleado e morreu no local. O outro fugiu.
A polícia investiga o caso como legítima defesa, mas a situação tomou um rumo inesperado. Horas após o ocorrido, a residência do comerciante foi alvo de pedradas. Vizinhos relatam ter ouvido ameaças vindas de um carro em alta velocidade.
Medo e insegurança
"Não sei se foi gente ligada ao assaltante ou se é apenas vandalismo", diz o comerciante, visivelmente abalado. Ele reforçou a segurança de sua casa e do estabelecimento, mas admite que o psicológico está abalado. "A gente fica pensando: e se voltarem? E se vierem armados?"
O caso chamou a atenção na região. Enquanto alguns defendem a ação do comerciante, outros questionam o uso da força. Especialistas em segurança pública alertam para o aumento de crimes contra pequenos negócios e a necessidade de políticas eficientes de proteção.
O que diz a lei
No Brasil, a legítima defesa está prevista no artigo 25 do Código Penal. Para ser caracterizada, é necessário que haja:
- Ameaça atual ou iminente
- Uso moderado dos meios necessários
- Defesa de direito próprio ou alheio
Autoridades locais afirmam que o caso está sendo apurado com rigor e que medidas de proteção ao comerciante estão sendo avaliadas.